Pesquisa revela que muitas empresas não planejam e apelam aos empréstimos
O ano começa e com ele mil malabarismos de empresários, principalmente os pequenos e médios, para deixar o caixa em dia. E, uma das ações que deve acontecer já durante o primeiro semestre, é o planejamento para o pagamento do 13º salário dos
funcionários no final do ano.
É muito comum, empresas ficarem enroladas pela falta de dinheiro e acabarem tendo que recorrer a empréstimos para poder arcar com os custos no fim de ano. A solução parece a salvação, mas não é nada saudável. Especialistas financeiros defendem que se o varejista começar a fazer uma pequena reserva desde já, o final do ano fica bem menos “apertado”.
O consultor do Sebrae Maurício Mezalira explicou que fazer essa reserva no varejo é um verdadeiro desafio porque a gestão financeira, principalmente dos pequenos negócios, é feita com base no que entrou e saiu do caixa. “Apesar do empresário saber da obrigatoriedade do pagamento do 13º salário, dificilmente ele consegue guardar esse dinheiro no dia a dia”.
Ele explica que a melhor forma de fazer é guardar, todo mês, o equivalente a 1/12 do salário do empregado. “Divide o salário por 12 e o resultado deve ser poupado, mês a mês, por funcionário”. Essa ação é chamada de provisão. “Esse valor deverá ser guardado, preferencialmente, em uma aplicação financeira para que o dinheiro renda juros”, destaca.
Sentiu na pele
A diferença entre fazer ou não a provisão é conhecida pela gerente financeira da Vidrocar de Campinas, Marlene Araújo Abdalla. Ela afirmou que a empresa fazia certinho as reservas para o pagamento dos funcionários, mas depois da crise não conseguiu mais. “Sempre soubemos que essa era a melhor solução, mas nestes dois anos não conseguimos. Porém, esse ano as coisas melhoraram e começamos a fazer”.
A proprietária da loja Juliana Robertti acompanha de perto asaúde financeira da empresa para evitar que isso volte a acontecer. “Estamos atentas e tentando ao máximo evitar esse tipo de situação. Por sorte, nesses dois últimos anos o movimento de final de ano ajudou e não pegamos empréstimos. Esse ano com certeza será bem mais tranquilo”, afirmou.
Dados
Uma pesquisa do Sebrae revelou como é na prática a utilização de empréstimos para o pagamento do 13º. No fim de 2015, 64% das empresas consultadas afirmaram que iriam conseguir pagar o 13º salário em dia, 5% não iriam pagar, 30% não tinham empregados com direito ao 13º. Entre as empresas com empregados com direito ao abono, 11% pretendiam contar com empréstimo para pagar.
Mezalira afirma que isso deve ser evitado já que o empréstimo vai fazer o empresário começar o ano endividado. “Por isso é importante planejar. Mas ainda dá tempo, basta dividir o valor do pagamento pelo número de meses que faltam”. O consultor ainda afirmou que a ação é difícil, mas não é impossível. “É um dinheiro que não é fácil guardar. Pior ainda para os pequenos. Mas tem que ter disciplina”.
Esta reportagem foi publicada da edição 44 do Nosso Varejo. Para ler outras matérias, clique aqui
Fique por dentro das novidades do SindiVarejista.
=> Cadastre-se no nosso Boletim de Notícias. Basta preencher o formulário ao final da página.
=> Acompanhe as novidades pelo nosso Facebook 🙂
Assessoria de Imprensa Sindivarejista (imprensa@sindivarejistacampinas.org.br)
Bruna Mozer e Luciana Félix – (19) 3775-5560
bruna.mozer@sindivarejistacampinas.org.br ; luciana.felix@sindivarejistacampinas.org.br