A nova cara dos açougues de rua

by Luciana Felix | 30/10/2017 11:59

Os tradicionais açougues de rua têm passado por uma repaginada que inclui mudanças no visual e também nos produtos. E tudo para atender a transformação do consumidor que busca uma alimentação saudável e de mais qualidade. Muitos dos estabelecimentos já trocaram o nome e passaram a se intitular: “casa de carnes” ou até mesmo “empório de carnes”. Essa mudança aponta para uma nova concepção de negócio mais abrangente e que requer critérios mais seletivos, porém sem deixar de prestar atendimento personalizado.

Açougues se atualizam para atender a uma nova demanda. Foto: Adriano Rosa/SindiVarejista

As diferenças entre o “velho” e o “novo” açougue são bastantes evidentes: estão no layout, nos tipos de corte das carnes oferecidas e produtos, na forma como a carne é acondicionada, no atendimento e nos tipos de carne. A loja também pode oferecer carnes já temperadas e até para eventos. Outros ainda oferecem cursos onde ensinam os tipos de corte e como preparar aquele churrasco.

Mudanças

“Isso vem ocorrendo há um certo tempo, e com a Operação Carne Fraca, fez vir à tona um consumidor muito mais exigente, desconfiado da qualidade e da procedência da carne”, explicou a analista de negócios do Sebrae Daniela Cria.

Para ela os açougues devem se transformar para reconquistar clientes, muitos deles perdidos para os supermercados. “Devem investir nas adequações, na modernização do visual e dos produtos. Isso fortalece principalmente os pequenos. Oferecer um ambiente mais agradável e confiável, com maior diversidade de produtos e serviços”.

Quem mudou aprova

A Ramalho Carnes é exemplo dessa transformação. Nascido como açougue, hoje o estabelecimento se auto denomina de ‘empório de carnes’. “Somos um mercado de carnes com produtos de empório. Seguimos a tendência dos nossos clientes e da globalização”, afirmou o sócio proprietário Itamar Ramalho.

Além dos produtos do dia a dia, a loja é especializada em carnes com cortes Americano e Argentino. “Muitos clientes viajam e conhecem outros tipos de cortes e quando voltam querem aqui. Além de que muitos cozinham para família e amigos”. Também de olho nessa tendência, a Ramalho tem dado aula de preparação de carnes. “É um sucesso. As turmas estão sempre cheias. Mês passado tivemos que montar duas”.

Outro açougue que se transformou foi o Camp Carne. “Acompanhamos o mercado. Temos cortes especiais, marinados,  produtos prontos que facilitam o dia a dia. Somos uma casa de carnes, sem perder aquele jeito acolhedor e especial de antigamente”, afirmou Aline Bettendorf gerente de marketing.

DADOS:
No Brasil o consumo de carne bovina varia de acordo com o poder aquisitivo. Pessoas de renda elevada têm taxas de consumo  semelhantes às dos maiores consumidores mundiais — mais de 50 kg por habitante ao ano — enquanto que nas camadas de baixa renda o consumo é menor do que 10 kg por habitante ao ano. Os super e hipermercados são os grandes concorrentes dos
açougues, respondendo por 56% das carnes e aves vendidas. As projeções do consumo mostram a preferência dos consumidores pela carne bovina. O crescimento projetado para o consumo da carne é de 3,6% no período 2013 a 2023.

 

Essa reportagem foi publicada na edição 42 do Nosso Varejo. Para ler outras matérias, clique aqui[1]

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Endnotes:
  1. Essa reportagem foi publicada na edição 42 do Nosso Varejo. Para ler outras matérias, clique aqui: https://sindivarejistacampinas.org.br/wp-content/uploads/dlm_uploads/2017/10/nv42_web.pdf

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