Home  > Notícias do Varejo  > A pandemia e o impacto no comércio da região

A pandemia e o impacto no comércio da região

Sanae Murayama Saito, presidente do SindiVarejista de Campinas e Região A necessidade da quarentena para evitar ainda mais a proliferação do novo coronavírus interferiu drasticamente na economia, com 460 mil estabelecimentos impedidos de realizar atendimentos presenciais no Estado de São Paulo, o que representa 70% do comércio, responsável por 1,3 milhão de empregos formais e […]

Sanae Murayama Saito, presidente do SindiVarejista de Campinas e Região

A necessidade da quarentena para evitar ainda mais a proliferação do novo coronavírus interferiu drasticamente na economia, com 460 mil estabelecimentos impedidos de realizar atendimentos presenciais no Estado de São Paulo, o que representa 70% do comércio, responsável por 1,3 milhão de empregos formais e faturamento médio de R$ 1 bilhão por dia.

Na região de Campinas, essa movimentação diária do varejo não essencial – e atingido pelo decreto da quarentena – é de aproximadamente R$ 100 milhões. Isso representa cerca de 60% da movimentação do varejo na região.

No Estado, o endividamento já atingiu o maior patamar da série histórica com 63,8% das famílias com algum tipo de dívida. Em fevereiro, o índice era de 60%. Já a inadimplência subiu para 21,8% em março diante dos 19,7% do mês anterior.

As expectativas não são nada promissoras. Estamos diante de um evento em que levaremos anos para nos recuperarmos. Como representante de uma entidade do varejo, sinto as dores e as incertezas que os empresários estão vivendo e, consequentemente, seus funcionários. Esse momento é delicado para ambos os lados, uma vez que um depende do outro.

Nas últimas semanas, meu objetivo como presidente do SindiVarejista de Campinas e Região – entidade que representa as empresas varejistas – é tentar, de todas as formas, propor soluções para amenizar as consequências para o comércio local. Unindo forças com demais entidades e associações para que juntos consigamos implementar medidas que também preservem empresas e empregos, alinhadas com as recomendações que visem resguardar a saúde de todos.

Por isso, nosso foco é buscar junto aos governos municipais e estadual soluções para que o setor se recupere de maneira mais rápida, sinta o menor impacto possível dessa crise e mantenha as portas abertas e os postos de trabalho.

Entre as ações que tenho participado, está uma carta assinada por várias entidades onde pedimos à Prefeitura de Campinas a suspensão, pelo prazo de 90 dias, do pagamento de impostos e taxas. Ainda não tivemos uma resposta positiva e, por enquanto, o Município nega essa ajuda, mas promete uma colaboração em outros quesitos.

Um ofício também foi enviado pelo SindiVarejista para os prefeitos das cidades da região. Em Paulínia, Indaiatuba e Hortolândia, nós já obtivemos respostas positivas e animadoras em relação à suspensão temporária do IPTU e ISS para os comércios. Também estamos batalhando para que todas as cidades encerrem a quarentena juntas, em consonância com o decreto do Estado.

Para os empresários, a melhor opção é analisar as alternativas descritas na Medida Provisória do trabalho para encontrar saídas para o momento atual. Também é hora de fazer as contas dos custos fixos para saber se haverá dinheiro em caixa durante esse período de crise e renegociar contratos, aluguéis, pedir que fornecedores estendam os prazos. Algumas instituições financeiras já liberaram a opção de suspensão de parcelas de financiamentos a vencer nos próximos 90 dias.

Se ainda assim faltar dinheiro em caixa, o governo tem disponibilizado algumas linhas de crédito com juros mais baixos. Essa é uma saída mais vantajosa do que deixar de pagar os compromissos, tornar-se inadimplente e ter que correr atrás de juros maiores.

O momento é muito difícil para todos. O risco é muito alto em todos os lados, seja ele em relação à saúde das pessoas como também para a sustentabilidade da economia.