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Aulas de empreendedorismo já fazem parte do currículo na rede pública

Segundo o Sebrae, 20 mil professores já forma capacitados para ministrar a disciplina, dos quais 90% pertencem a instituições municipais e estaduais

DCI

Atitude empreendedora virou pré-requisito para trabalhar em uma empresa ou abrir o próprio negócio. Para incentivar esse lado, 122 escolas públicas do Estado, que trabalham em tempo integral, passaram a oferecer aos alunos aulas de negócios no ensino médio. A meta até 2018 é ter mil escolas no sistema.

O projeto é uma parceria entre a Secretaria da Educação do Estado e SebraeSP. Atualmente, 122 professores já foram capacitados pelo Sebrae para ministrar as aulas (eletivas) com foco no empreendedorismo nas escolas. "A previsão é que até 2018, mil escolas ofereçam as disciplinas de negócios", afirma a coordenadora do ensino integral da secretaria de educação do Estado Valéria Souza.

Segundo ela, o foco do projeto é incentivar atitudes de empreendedorismo entre os alunos para que, no futuro, eles possam abrir seus próprios negócios. Ou até atitudes intraempreendedoras, para que possam se destacar em uma empresa. "A nova perspectiva pode abrir o número de opç~ies de projetos de vida", diz Valéria.

Conforme a coordenadora, a participação em sala de aula e a postura dos alunos é a mudança mais visível entre os professores. "Em algumas escolas, a aula – que tem duração semestral – conta com fila de espera". Para ela, a percepção do jovem também mudou. Hoje em dia, o conhecimento em empreendedorismo é mais valorizado e a expectativa de um negócio próprio é o sonho do jovem.

Número nacionais

O projeto de capacitação de professores faz parte do programa oferecido pelo Sebrae, chamado Jovens Empreendedores Primeiro Passos (JEP). Em 2013, esta metodologia já havia capacitado mais de 20 mil professore, dos quais 90% fazem parte da rede pública – estadual e municipal.

De acordo com a entidade, o programa procura atender a grande demanda de brasileiros que desejam abrir seu negócio próprio. Segundo o Sebrae, a cada 100 jovens, mais da metade sonhe em ter uma empresa e ser empreendedor.

"No primeiro momento, os professores não entendem o projeto, mas ao conhecer a metodologia se engajam na iniciativa", analisa a consultora de cultura empreendedora do Sebrae Mirza Laranja.

Para ela, a chance de sucesso do empreendedor aumenta com a capacitação que este possui, por isso se torna tão importante incluir no ensino de crianças e adolescente este modelo. "Não adianta capacitar e não inserir no mercado de trabalho", afirma Mirza. Segundo ela, o projeto permite que em conjunto com as outras aulas da escola o aluno seja capaz de colocar em prática o conhecimento adquirido. "Assim, as chances de sucesso do negócio próprio aumentam", completa.

Dificuldades

O maior desafio do projeto é ministrar a aula com poucos professores e recursos. De acordo com o professor da instituição paulistana Escola Estadual Alves Cruz, Messias Bortolini Romero, a dificuldade na realização do projeto foi a falta de uma equipe para preparar as atividades, uma vez que a capacitação é realizada com apenas um professor por escola.

"Algumas atividades exigiam tempo de preparação antes da aula", explicao professor. Entretanto, segundo ele, os alunos se mostraram interessados em aprender sobre o assunto e aprofundar os conhecimentos em negócios.

Outro desafio, segundo ele, foi mostrar aos alunos que a atitude empreendedora não deve interferir nos projetos de estudo. "Uma parte importante das aulas foi mostrar que esses projetos podem ser realizados após a graduação", diz.

DCI