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Calçados e vestuário recebem a maior parte dos recursos do FGTS

Entre os setores mais pressionados pela recessão econômica, os ramos de vestuário e calçados receberam a maior parte do montante destinado ao varejo no uso das contas inativas do FGTS pela população. A estimativa é que juntos, esse segmento tenha recebido R$ 2,9 bilhões, ou 40% do total destinado ao comércio. Os dados fazem parte […]

Entre os setores mais pressionados pela recessão econômica, os ramos de vestuário e calçados receberam a maior parte do montante destinado ao varejo no uso das contas inativas do FGTS pela população. A estimativa é que juntos, esse segmento tenha recebido R$ 2,9 bilhões, ou 40% do total destinado ao comércio.

Os dados fazem parte de um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e apontam para uma injeção de R$ 7,3 bilhões no varejo proveniente do saque das contas inativas, aprovado no inicio deste ano pelo governo federal.

Apesar do alívio para o setor, o economista da CNC, Fabio Bentes, afirma que a solução é paliativa, e não forma um cenário forte o bastante para sustentar a retomada do varejo. “Apesar de os recursos oriundos das contas inativas do FGTS estarem cumprindo papel relevante na reativação do consumo no Brasil, a recuperação parcial do varejo ao longo do ano se insere em um quadro mais amplo de desaceleração dos preços e melhoria nas condições de crédito”, diz ele.

O economista ressalta ainda que a consolidação do setor como um todo depende do crescimento geral da atividade econômica e seus reflexos positivos sobre as condições do mercado de trabalho.

De maneira similar partilha o membro do conselho da Associação do Varejo Têxtil de Pernambuco, e dono da rede de vestuário Moda Mais, Flávio Caetano.

“Sentimos o aumento nas compras nos últimos dois meses, e creditamos o avanço ao movimento do FGTS, no entanto, as perdas ocorridas nos últimos dois anos ainda estão bem longe de ser recuperadas”, contou ele ao DCI.

A perspectiva do empresário é que, no ritmo atual, as sete lojas da rede apresentem faturamento estável, ante ao do ano passado. “Apesar disso mostrar que a crise não está se aprofundando, não conseguiremos recuperar os 15% de faturamento perdido nos últimos dois anos”, resumiu.

Em seguida, o setor de hiper e supermercados recebeu cerca de 28,5% dos R$ 7,3 bilhões (o equivalente a pouco mais de R$ 2 bilhões). O resultado

Bens duráveis

O terceiro setor do varejo mais beneficiado com o uso do dinheiro do FGTS será o de móveis e eletrodomésticos. De acordo com a CNC o setor recebeu cerca de R$ 802,5 milhões, ou 11,3%.

O movimento nesse segmento já era esperado pelo mercado, já que há uma demanda represada dos consumidores, que seguram gastos com itens de maior valor agregado nos últimos dois anos.

A expectativa, no entanto, é que o montante também não seja o suficiente para marcar um movimento de retomada do segmento para este ano.

“Acredito que os setores mais condicionados ao crédito continue com desempenho moroso, percebemos que os clientes menos dispostos a parcelar compras, com medo do desemprego”, completou Caetano, da Moda mais

Outros números

De acordo com os dados do governo federal, o valor arrecado entre maio e abril somaram 43% do montante sacado (R$ 16,6 bilhões, segundo informações da Caixa Econômica Federal). O resultado equivale a 6,2% das vendas bimestrais nos segmentos positivamente impactos pela injeção de capital. Somente no mês de abril, quando foram autorizados os saques para beneficiários nascidos entre março e maio, foram sacados R$ 11,1 bilhões. “Esse montante correspondeu a mais do que o dobro dos R$ 5,5 bilhões informados pela Caixa Econômica Federal em março, e elevou em R$ 4,56 bilhões o faturamento do varejo”, detalha a nota da CNC. Os setores de farmácias, material de construção, artigos de uso pessoal e material de escritórios também foram impactados.

Fonte: DCI