Home  > Notícias do Varejo  > Comerciantes do Centro estão receosos com manifestações de domingo (15/03)

Comerciantes do Centro estão receosos com manifestações de domingo (15/03)

Lojistas temem que os protestos deixem um rastro de destruição e vandalismo, a exemplo do que ocorreu nas passeatas de junho de 2013

As manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), marcadas para domingo (15) em Campinas, provocaram clima de medo entre os comerciantes do Centro.
 
Lojistas temem que os protestos deixem um rastro de destruição e vandalismo, a exemplo do que ocorreu nas passeatas de junho de 2013. Naquele mês, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) contabilizou prejuízo total de R$ 2,5 milhões nos estabelecimentos afetados.

A cidade tem dois protestos distintos marcados para o mesmo dia, um às 9h30, com concentração no Largo do Rosário, outro às 13h, na Francisco Glicério, em frente à Catedral Metropolitana.
 
Para evitar saques, algumas lojas na Glicério e Avenida Anchieta reforçaram grades e janelas, e colocarão funcionários para ficar de plantão nos locais, mesmo de portas fechadas. Gerentes e donos de comércios que abrem no dia estarão em alerta para fechar quando perceberem início de tumulto.

Um dos estabelecimentos mais depredados em 2013 foi uma loja de vestidos para noivas na Avenida Anchieta. Vândalos estilhaçaram vidraças, roubaram vestidos, computadores, e colocaram fogo no carpete. O estrago foi tanto que antiga dona decidiu vender o ponto depois de falir. A nova proprietária, que preferiu se identificar apenas com o primeiro nome, Noemi, disse que o assoalho ainda tem marcas do fogo.

Temerosa das consequências do protesto de domingo, ela reforçou a janela com uma pesada grade de ferro. "Vamos também fechar tudo com tapumes de madeira. Vou vir pra loja no domingo. A qualquer sinal de vandalismo, chamamos a polícia" , disse a empresária.

Dona do uma banca de salgados e sucos na Praça Carlos Gomes, Efigênia Bento, 77 anos, estava doente no dia que destruíram completamente seu ponto, na madrugada do dia 21 de junho de 2013.
 
"Tinha arrendado para um amigo, que desistiu do comércio depois daquele dia" , contou. Ela afirmou estar apavorada com a possibilidade de ocorrer a mesma coisa na marcha marcada para o dia 15.
 
"Não sei se fecho tudo ou fico aqui para impedir alguma coisa. Me disseram que a polícia estará presente em peso, espero que não cheguem quando o estrago estiver feito" .

Muitos bares e restaurantes no entorno da Glicério não haviam decidido até a tarde de ontem se continuarem abertos durante as manifestações. O gerente do Giovanetti do Largo do Rosário, Genílson Ursino, disse que tem "esperança" de deixar o restaurante aberto até "quando der". "Vamos tentar sentir o clima da hora. Conversamos com outros estabelecimentos por perto, mas não chegamos em um consenso. Esperamos que o protesto seja pacífico".
 
A Banca do Alemão, na Glicério, vai funcionar em esquema especial. "Vamos abrir normalmente, mas com funcionários a mais. Nosso horário normal é até as 20h de domingo, mas acho que não vai ser possível ficar aberto até a noite. Se tiver muita multidão, fechamos" , disse o vendedor Vitor Martins, 23 anos.

Segurança

A Guarda Municipal cancelou todas as folgas no dia e a PM mobilizará os quatro batalhões da cidade.
 
O uso de armas não letais, como gás de pimenta, armas com balas de borracha, teasers de choque e marcadores de pessoas com tinta, não está descartado pelas duas corporações.

Indaiatuba

O protesto em Indaiatuba pelo impeachment da presidente Dilma tem 9 mil pessoas confirmadas, com concentração às 10h no Parque Ecológico, Avenida Presidente Kennedy. A Prefeitura irá auxiliar o trânsito local e fazer a segurança com a Guarda Municipal. A Polícia Militar também estará presente.

Em Vinhedo, a manifestação começa às 15h, no Portal da Cidade, Rua Manoel Mateus. No evento do Facebook, estão confirmadas 1,7 mil pessoas. A Administração também fará a segurança com GMs e agentes de trânsito devem regular o trânsito na região da passeata.

Fonte: Cecília Polycarpo/ Correio Popular