Vendas cresceram 2% e o faturamento atingiu R$ 1,16 bilhão em relação ao mesmo mês do ano anterior e deram algum ânimo ao setor
O resultado do mês de abril trouxe alívio para o caixa dos lojistas em Campinas e região. As vendas cresceram 2% em relação ao ano anterior e o faturamento atingiu R$ 1,16 bilhão, com avanço de 3,44% em relação ao quarto mês de 2013 em Campinas.
O cenário para os próximos meses é de alta das vendas, mas o ritmo será mais lento do que estimavam os comerciantes. As últimas previsões para o Dia das Mães e a Copa do Mundo encolheram em relação ao que era esperado no começo do ano.
Para o mundial, por exemplo, falava-se em R$ 400 milhões – valor que caiu agora para R$ 300 milhões. O volume inclui as vendas no comércio varejista, prestação de serviços para turistas e os gastos na rede hoteleira de Campinas e região.
Os comerciantes acreditam que a competição não vai atrair um fluxo tão grande de turistas quanto o mercado varejista esperava. Ainda assim, os lojistas estão otimistas com o "efeito Copa", principalmente em setores como eletroeletrônicos e na área de alimentação.
A presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Adriana Flosi, comentou que, por enquanto, o movimento de busca de quartos de hoteis na cidade e na região em decorrência ao mundial é baixa.
"A imagem do Páis que está sendo divulgada no Exterior é muito negativa. Em ano eleitoral, surgem inúmeras notícias mostrando um país pior do que realmente está. Mas é fato que o Brasil tem problemas que acabam desistimulando os turistas, como a violência", disse.
O coordenador do Departamento de Economia da Acic, Laerte Martins, afirmou que aoesar das estimativas atuais serem menores do que há dois meses, o Dia das Mães e a Copa do Mundo terão influência positiva sobre os números do semestre.
"No primeiro quadrimestre do ano, o varejo de Campinas faturou R$ 4,21 bilhões. O crescimento foi de 1,91%. Na RMC, o valor foi de R$ 10 bilhões, contra R$ 9,8 bilhões no ano anteior", comparou. O economista salientou que as vendas da Páscoa ajudaram o resultado de abril e elevaram os resultados do período.
Ele apontou que as vendas no mês passado fecharam com crescimento de 2% em relação a abril de 2013 e 7,65% frente a março deste ano. "Março foi muito ruim e sofreu o impacto do Carnaval. Em abril, a Páscoa foi positiva, embora o aumento das vendas tenha ficado abaixo das expectativas. De todo modo, foi um resultado que deu mais ânimo para o setor. Na RMC, também houve melhora", disse.
O especialista salientou que as vendas a prazo continuaram subindo no mês anterior. "A alta dessa modalidade foi de 7,97% no comércio campineiro", ressaltou. E com as vendas parceladas, vem também a preocupação com a inadimplência.
"Nos quatro promeiros meses deste ano, a inadimplência em Campinas gerou prejuízos de R$ 43,1 milhões. A variação ficou 9,23% maior em relação ao ano passado. Na RMC, foram R$ 102,7 milhões. No primeiro quadrilmestre do ano passado, o valor foi de R$ 94,4 milhões", disse.
Ele frisou que em abril o ritmo de crescimento da inadimplência foi menor do que em meses anteriores. "A tendência é continuar elevada, mas avançando menos do que nos últimos meses", analisou Martins.
Dia das Mães
A Acic também reviu os números projetados no início do mês passado para o varejo no Dia das Mães. Inflação elevada, juros altos e endividamento estão provocando uma queda no poder de compra dos consumidores.
"A quantidade de empregos gerados em Campinas será de 3.300 postos temporários. No ano passado, foram 3.198. O crescimento será de 5,16%. Na RMC, as contratações devem atingir 6.060 postos, 4,84% mais que em 2013", apontou.
O faturamento também tem expectativa menor do que o previsto em abril. De acordo com o economista, o valor projetado agora é de R$ 425 milhões para Campinas. "O crescimento será de 6,78% em relação ao Dia das Mães de 2013, quando o faturamento foi de R$ 398 milhões. Na RMC, o valor estimado é R$ 640 milhões, ou 6,67% a mais", comentou.
Martins disse que o valor médio dos presentes será de R$ 227,00, contra um crescimento de 7,08%.
Correio Popular