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Crise fecha as portas de quase 100 mil pequenas empresas varejistas no País

Estudo da FecomercioSP mostra que número de pequenos estabelecimentos que atuam no varejo caiu 7,1% entre 2013 e 2017.

A crise que abalou a economia brasileira há alguns anos impactou significativamente os pequenos negócios do setor varejista. Entre 2013 e 2017, 98.490 micros, pequenas e médias empresas (MPMEs) varejistas fecharam as portas. Com isso, a quantidade de pequenos estabelecimentos que atuam no varejo foi reduzida em 7,1%.

As MPMEs são 96,7% das empresas do setor e, em 2017, somavam 1,285 milhão de estabelecimentos. A critério de comparação, no mesmo período, o impacto sobre as grandes empresas varejistas foi menor, com uma redução de 3,8% no número de estabelecimentos.

Os dados são do Raio X das Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) do comércio varejista, estudo elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base na Pesquisa Anual do Comércio (PAC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com dados referentes a 2013, ano que antecede o surgimento da crise, e 2017, o levantamento aponta o impacto do ciclo recessivo sobre os pequenos negócios varejistas, em termos de faturamento, pessoal ocupado e volume de salários pagos, além do número de estabelecimentos que compõem o setor. O estudo classifica as MPMEs dentro do conceito de empresas com até 19 funcionários.

A pesquisa constatou que a receita operacional líquida do varejo brasileiro, até 2017, não retornou aos patamares de 2013, apresentando queda de 4%. O faturamento das MPMEs, por outro lado, registrou leve aumento real de 1,3%. Essa alta, contudo, pode ter ocorrido como consequência da “migração” de empresas de grande porte para o grupo de pequeno porte, após redução do quadro de pessoal para menos de 20 funcionários.

No mesmo período, a receita operacional líquida das grandes empresas, por sua vez, recuou 6,7%. Assim, a participação das MPMEs no faturamento geral do varejo cresceu 1,8 ponto percentual (p.p.), atingindo 35,5% do total (R$ 724,3 bilhões).

Assim como a receita, o pessoal ocupado no varejo brasileiro ainda não se recuperou totalmente da crise. Em 2017, o contingente de 8,480 milhões de trabalhadores estava 1,3% abaixo do registrado em 2013 – aproximadamente 111 mil funcionários a menos. A contração nas MPMEs, responsáveis por 58,4% do pessoal ocupado no setor (4,951 milhões), foi menor (0,8%), contudo.

Mesmo em uma conjuntura de retração nas vendas e de redução do quadro de funcionários, o pagamento de salários e outras remunerações no comércio varejista cresceu 6,9%, sendo que nas MPMEs a alta foi ainda maior (9,7%), com os desembolsos chegando a quase R$ 102 bilhões.

Segmentos

Dividindo o comércio varejista em 16 atividades, no âmbito das MPMEs, os postos de gasolina (venda de combustíveis e lubrificantes), em 2017, lideravam em receita, representando 21,9% do total dos pequenos negócios. Nesse quesito, o segmento que mais cresceu no período analisado pelo estudo foi o de gás liquefeito e petróleo, com alta de 32%, e o que mais encolheu, material de construção (-31,7%).

Entre as empresas de pequeno porte, o segmento de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados conta com o maior número de estabelecimentos (222 mil, que respondem por 17,3% do total) e de pessoal ocupado (806,4 mil trabalhadores, ou 16,3% dos funcionários de pequenos negócios). A atividade também se destaca por ser a que paga o maior volume de salários (R$ 14,8 bilhões, que correspondem a 14,5% dos desembolsos feitos pelas MPMEs em 2017).

Confira mais detalhes sobre as 16 atividades que compõem o varejo brasileiro no âmbito das MPMEs aqui.

Fonte: FecomercioSP