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Desempenho do comércio até agosto foi um dos piores dos últimos 4 anos

Desempenho do comércio campineiro no acumulado de janeiro a agosto foi um dos piores dos últimos 4 anos. O movimento nas lojas caiu e as consultas ao SCPC recuaram 2,13% no período

O desempenho do comércio campineiro no acumulado de janeiro a agosto foi um dos piores dos últimos quatro anos. O movimento nas lojas caiu e as consultas do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), termômetro do setor, apresentaram um recuo de 2,13% no período.

O faturamento, contudo, teve um pequeno avanço de 2,37%, com o valor passando de R$ 6,41 bilhões para R$ 6,56 bilhões no período. Mas, se for descontada a inflação de 6,27% em 12 meses e de 3,18% no ano, o resultado se inverte e mostra queda também nesse item.

A esperança agora é que o segundo semestre salve o ano. A projeção é de um crescimento de 4% a 4,5% em 2013. Mas há dificuldades no caminho.

A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) já projeta estoques menores para o Natal, o que indica que os resultados estimados para este ano devem ser bem inferiores ao ano anterior, quando o crescimento foi de 8%.

A instabilidade do dólar, os juros altos e a inadimplência elevada deixam os comerciantes em alerta. Os lojistas esperam por um cenário mais estável para começar a encomendar os produtos que serão comercializados no final do ano.

E mesmo atingir a meta de crescimento de 4% a 4,5% neste ano vai depender de fatores locais e da melhora dos indicadores macroeconômicos.

A inadimplência é um tema que afeta com mais intensidade o caixa dos comerciantes neste ano. Nos 8 meses do ano, o saldo é de 133.663 carnês em atraso com mais de 30 dias, um crescimento de 11,40% em relação a 2012. Em valores, o calote soma R$ 106,9 milhões.

Os números de agosto, pelo menos, mostraram alguma melhora em relação a igual mês do ano passado. De acordo com balanço divulgado ontem pela Acic, no mês passado o saldo de carnês em atraso foi de 18.100, contra os 22.847 do mesmo mês de 2012. A tend&ececirc;ncia para os próximos meses, segundo a entidade, é de queda, já que historicamente com a chegada do final de ano os inadimplentes buscam “limpar o nome” para conseguir comprar no Natal.

O problema é que o nível de endividamento subiu muito em 2013 e boa parte dos recursos extras, como o 13 salário, deve ir para o pagamento de dívidas.

O coordenador do Departamento de Economia da Acic, Laerte Martins, afirmou que os resultados do segundo semestre são sempre melhores do que os do primeiro. Entretanto, em 2013 há pelo menos três indicadores que preocupam os comerciantes: inflação, dólar e inadimplência.

“Há resultados conflitantes no ambiente macroeconômico que afetam o varejo. O quadro é de indefinição, e isso impacta o comércio”, comentou.

Movimento

Martins apontou que o desempenho das vendas no acumulado do ano reflete os péssimos resultados dos meses de junho e julho, que foram seriamente afetados pelas manifestações nas ruas.

“Em agosto, o comércio respirou um pouco. Os piores dias passaram, mas ainda é cedo para apostar em uma retomada consistente das vendas”, afirmou. Ele disse que no mês passado houve um incremento de 0,52% na quantidade de consultas ao SCPC em relação a 2012. A comparação frente a julho apontou uma alta de 11,87%.

“A venda no Dia dos Pais cresceu 5%, menos que no ano passado, mas ajudou na retomada das vendas depois de um junho e um julho muito ruins”, avaliou. O economista disse que o faturamento de agosto foi 5,11% superior ao do mesmo mês ano passado. Segundo ele, o valor passou de R$ 914,7 milhões para R$ 961,4 milhões. Martins lembrou que as liquidações de inverno também impulsionaram as vendas no mês passado.

RMC

O quadro na RMC foi semelhante ao do comércio de Campinas. O estudo mensal da Acic apontou que as vendas de agosto subiram 11,87% frente a julho deste ano. Se comparado com o ano anterior, as vendas estão 2,02% menores.

O faturamento na RMC foi de R$ 2,28 bilhões no mês passado, valor 5% superior a agosto de 2012, quando o volume foi de R$ 2,18 bilhões. No acumulado do ano, as vendas somaram R$ 15,54 bilhões – no mesmo período de 2012, o valor foi de R$ 15,16 bilhões.

Fonte: Correio Popular