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E-commerce veio para ficar e globalizar o comércio

Enquanto o comércio físico apresentou quedas nas vendas em 2016, o e-commerce se manteve estável e a participação no varejo chegou a 2,4%

O comércio eletrônico representa hoje um segmento do varejo que o empresário deve ficar atento. Enquanto o comércio físico apresentou quedas nas vendas em 2016, o e-commerce se manteve estável e a participação no varejo chegou a 2,4% no Estado de São Paulo – mesmo níveis de 2014 e 2015. Os dados são da FecomercioSP em parceria com a Ebit e apontam que, o número de pedidos feitos pelo e-commerce até setembro de 2016, cresceu 1,4%. Em 2015, a queda foi de 14%. Apesar de não ter sido registrado crescimento alto, a expectativa é que em 2017, o e-commerce seja a alavanca do consumo. A previsão do presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, Pedro Guasti, é de crescimento de 10% a 15% no comércio online no país. “Quem não vende pela internet não consegue atingir o público das novas gerações”, afirma Guasti.

A professora do MBA de marketing digital da Esamc Sara Zimmermann considera que a presença do e-commerce é vital. “As empresas que oferecem seus produtos e serviços online possuem maior vantagem competitiva, uma vez que estão acessíveis e aproveitam o impulso de compra do público”, afirmou.

Para explicar o interesse pelas compras online, a especialista aponta três importantes fatores: maior confiança do brasileiro em consumir pela internet; facilidade em comparar preços e o impulso na hora da compra.

Para pequenas empresas, a falta de conhecimento e de recursos são fatores que dificultam a inserção neste setor. Sara explica que há diversas soluções simples e mais acessíveis, como as redes sociais, que funcionam como uma vitrine virtual. “Cerca de 40% da população brasileira está ativa em pelo menos uma mídia social. A empresa, estando presente nestas plataformas, tem chances de expor suas ofertas de forma orgânica, e até de realizar vendas”, afirma.

Mas ela explica: embora a vitrine virtual – pelas redes sociais ou o próprio site da empresa – seja um recurso importante, ter mecanismo de e-commerce para que o cliente compre diretamente nesta plataforma é um diferencial. “É possível hoje implantar e-commerce com ajuda de tutoriais disponíveis na internet. As ferramentas estão cada vez mais acessíveis e há formas de adentrar esse mercado para não ficar para trás”, avalia.

Loja virtual e um estoque na própria casa

A empresária de Campinas Ozana Silva de Oliveira, de 32 anos, trabalhava com ciências da computação, quando decidiu mudar de ramo. Um amigo, que atuava com representação e vendas de telhas e produtos relacionados, disse que este era um bom ramo. “Eu não entendia nada do assunto, mas decidi arriscar. Lancei um site e fui aprendendo sobre os produtos aos poucos e sozinha”, explica a empreendedora que trabalha na própria casa. Sem funcionários, conta apenas com a ajuda da mãe de vez em quando. Hoje, após cinco anos, a empresa gera lucro e tem faturamento de R$ 500 mil ao mês. Para melhorar a negociação com fornecedores e o preço dos seus produtos, a empresária adaptou um espaço na casa para armazenar parte dos produtos que vende. “Aprendi na prática como vender na internet e avalio como um bom negócio. Não pretendo abrir loja física e vejo perspectivas nas vendas online”, afirmou.

Como começar uma loja online?

Dicas de Bruno de Oliveira, especialista em e-commerce, empreendedor e criador do blog “Ecommerce Na Prática.com”.

Aposte em um nicho com logística simples
A logística é um dos principais gargalos para o e-commerce no Brasil. Nesses casos, o melhor é investir em nichos com logística mais simples, onde a fabricação e reposição dos produtos seja rápida. Para alguns itens mais elaborados, os prazos de fabricação e entrega são maiores, o que pode atrasar os envios e prejudicar a operação como um todo.

Escolha bem seus fornecedores
O primeiro passo é listar os distribuidores e atacadistas que trabalham com a linha de produtos que se pretende vender. É preciso pesquisar bastante e avaliar o modelo de trabalho de cada um. Para isso, segundo ele, o ideal é visitar cada uma das empresas pessoalmente. Com essa visita, será possível verificar aspectos como a qualidade dos produtos, política de preços, organização e cumprimento de prazos.

Utilize o estoque do seu fornecedor
Para quem decide começar sem estoque, existem alternativas para “terceirizar”, como a chamada “just in time”. Essa é a lógica de vendas que permite trabalhar com o estoque do fornecedor. Dentro disso, tudo deve ser comprado somente quando for necessário. Quando uma venda for feita, o lojista virtual procura o seu fornecedor, faz a compra e envia o produto para o seu cliente. Dessa forma, ele consegue economizar um capital de giro que poderá ser investido em outros segmentos do negócio. Por outro lado, esse modelo irá gerar custo adicional em relação ao deslocamento. O lojista precisará ir muitas vezes até o fornecedor. Por isso, é preciso calcular o quanto irá economizar e gastar para fazer valer a pena.

Negocie a prazo
A negociação a prazo é outra estratégia interessante para um e-commerce sem estoque. Nesse modelo, o lojista adquire certa quantidade de produtos e só paga o fornecedor depois de um certo tempo. Assim, ele “trabalha” com o dinheiro do parceiro, e ganha tempo para vender os itens que foram comprados e pagar pelos produtos só dali a 30 ou 40 dias.

Vale ou não vale a pena abrir um e-commerce sem estoque?
Esse modelo pode sim ser a solução, mas a curto ou médio prazo. Se o empreendedor tem recursos limitados, montar uma loja virtual sem estoque pode ajudar o impulso inicial. Porém, deve ser seguido por um período de tempo determinado até levantar recursos. O ideal é, desde o princípio, utilizar parte dos lucros do negócio para montar um estoque próprio. Quanto maior a saída de determinado produto, mais ele poderá investir na montagem. Isso fará com que as entregas sejam mais rápidas e que os custos com deslocamentos até os fornecedores sejam reduzidos.

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