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Empresários aprovam o novo governo e cobram agilidade

Meio técnico, meio político. Na visão do mercado, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, combina duas condições vistas como essenciais para enfrentar os desafios atuais da economia brasileira: preparo técnico e habilidade política. Ex-presidente do Banco Central e “fiador” do governo Lula, Meirelles agora ingressa no primeiro escalão do governo de Michel Temer. “Ele […]

meirellesMeio técnico, meio político. Na visão do mercado, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, combina duas condições vistas como essenciais para enfrentar os desafios atuais da economia brasileira: preparo técnico e habilidade política. Ex-presidente do Banco Central e “fiador” do governo Lula, Meirelles agora ingressa no primeiro escalão do governo de Michel Temer. “Ele entende como Brasília funciona”, disse Edwin Gutierrez, chefe da área de dívida de países emergentes da gestora de recursos Aberdeen em Londres. Segundo o especialista, a falta de habilidade política foi uma das razões do insucesso do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Meirelles comandou o BC durante oito anos, de 2003 a 2010. Nesse período, manteve a inflação dentro da meta, reduzindo o índice de preços de 12,53% ao ano, no fim de 2002, para 5,91%, em 2010. A economia, nesse período, cresceu perto da média dos países emergentes. Em seu último ano à frente do BC, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%.

E é nesse nome que empresários, banqueiros e dirigentes de entidades classistas apostam suas fichas. Para o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, Meirelles é o nome certo para dar “estrutura, hierarquia e clareza à política econômica” brasileira. Segundo ele, conta a favor dele o fato de o motor do crescimento estar no Brasil, representado pelos consumidores e pela economia diversificada.

O industrial Luciano Araújo, presidente da Provest Uniformes e da Fiemg Regional Vale do Aço, defende que haja um governo de coalizão, com união dos partidos, para que medidas que impulsionem o crescimento do país sejam tomadas. Para o presidente da Suggar, José Lúcio Costa, o empresariado tem que fazer sua parte “e ajudar na retomada da confiança”. Já representantes do comércio cobram agilidade do novo governo. “Nossa expectativa é que Temer tenha a seguinte trilogia: primeiro, agilidade; segundo, capacidade de articulação; e terceiro, governabilidade. Esperamos que esse governo realize medidas de curto prazo. Uma delas, de imediato, é no campo fiscal”, disse Lindolfo Paoliello, presidente da ACMinas. “Outras ações que devem ser colocadas em prática é reduzir gastos e aumentar os investimentos, ampliando os empregos de carteira assinada. Também é preciso fazer a reforma tributária, ajudando Estados e municípios”, completou Bruno Falci, presidente da CDL/BH.

Marcelo Luiz Moreira Veneroso, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) em Minas Gerais, aponta desafios. “O governo Temer não tem tarefa fácil, pois o país vinha em queda livre. Não queremos fazer uma avaliação negativa para não desestimular, mas temos pontos de atenção. Nos governos anteriores, o setor financeiro estava mandando no país. O novo ministro da Fazenda (Henrique Meirelles) foi presidente do Banco Central e, quando sentávamos com ele, demonstrava ser pouco conhecedor do universo industrial. Outro ponto é o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Marcos Pereira) que o nosso setor não conhece”, disse. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, chegou a afirmar que ainda não é possível saber como o mercado e a economia irão reagir ao afastamento da presidente Dilma.

Indústria defende privatização da infraestrutura

Com o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um comunicado ontem dizendo que o aumento da participação privada, já sinalizada por integrantes da equipe de Michel Temer, abrirá caminho para a modernização da infraestrutura brasileira. Segundo a entidade, com investimentos de apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nessa área, o Brasil convive com estradas de má qualidade, portos ineficientes, falhas no fornecimento de energia e inúmeros problemas de logística que encarecem a produção e tiram a capacidade das empresas de competirem no mercado internacional.

“Os empresários estão prontos para fazer a sua parte, criando riquezas para o país e empregos – e, também, para atuar para valorizar as lideranças políticas sérias e comprometidas com o país”, disse Olavo Machado, presidente da Fiemg.

Fonte: O tempo