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Encontro para encerrar Mês da Mulher promoveu reflexão sobre direitos

O SindiVarejista promoveu na manhã da última quarta-feira, em encerramento do mês da mulher, um encontro com juízas do Trabalho e empreendedoras para falar sobre leis direcionadas às mulheres

Desembargadora do TRT-15, Maria Inês Correa de Cerqueira Cesar durante o painel. Foto: Adriano Rosa/SindiVarejista

O SindiVarejista promoveu na manhã da última quarta-feira, em encerramento do mês da mulher, um encontro com juízas do Trabalho e empreendedoras para falar sobre leis direcionadas às mulheres e também de empreendedorismo feminino. Cerca de 30 pessoas acompanharam as apresentações que se tornaram uma grande reflexão sobre a real necessidade de lei protetivas.

A presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito, abriu o evento e convidou a todos para refletir sobre os assuntos que seriam apresentados. “O que é ser mulher nos dias de hoje? Estamos no caminho certo?”, perguntou. “Temos uma legislação trabalhista, que prevê leis direcionadas às mulheres, mas que são pouco questionadas sobre a sua real eficácia e impacto na sociedade, acho que devemos refletir um pouco sobre isso”, alertou.

A primeira convidada a falar foi a desembargadora do TRT-15, Maria Inês Correa de Cerqueira Cesar, que afirmou que a data não deve ser comemorada. “A data é para refletirmos. Por que ainda precisamos desse dia? Se ainda precisamos, é porque existe muita desigualdade”, afirmou.

A juíza do Trabalho Roselene Taveira. Foto: Adriano Rosa/SindiVarejista

A desembargadora continuou e explicou como surgiu o Dia das Mulheres. “Temos que parar e pensar em qual nosso papel. Mas não como homem ou mulher, mas sim em relação a desigualdade de direitos e deveres”. Na sequência ela fez uma introdução as leis “especiais” para as mulheres trazendo à tona questionamentos se essas leis não acabam segregando e aumentando ainda mais essa desigualdade.

“Mesmo a mulher sendo mais qualificada e trabalhando mais tempo que o homem, em multinacionais na América Latina, por exemplo, ganham 10% a menos. Porém, esse é o quadro bom. Porque a média no mercado de trabalho, em geral, é a mulher ganhar, na mesma função e até mais qualificada, 30% menos do que o homem. Temos que fazer uma grande reflexão sobre todas essas informações”, alertou.

Na sequência a juíza do Trabalho Roselene Aparecida Taveira falou mais, detalhadamente, sobre legislação trabalhista aplicada à mulher, e algumas mudanças que ocorreram nos últimos anos. No final ela chamou os presentes para uma reflexão. “Será que essas leis são necessárias mesmo hoje? Elas têm razão de existir taxada para mulher? Será que essa segregação não acaba culminando na desigualdade?”, afirmou.

A empreendedora Mirela Goi, da Ma Sweet Cases, falou um pouco de sua trajetória e também embasou com sua experiência, por ser cadeirante, a eficácia das leis protetivas. “Além de mulher sou deficiente. Passei por várias empresas antes de ter meu negócio próprio. Mas a mesma lei que me deu acesso a essas empresas por meio de cotas, me deixou aprisionada. Pois, ela prevê uma vaga na empresa “x”, por exemplo, mas você não consegue ascender porque você é cotista e tem que ficar naquela função para sempre. Acaba te podando e não ajuda no desenvolvimento, ao mesmo tempo que esse “direito” ajuda, ele te prejudica”, disse.

Para fechar o ciclo de palestras a empresária Melissa Trafane, da ConstruVip Trafane, apresentou um case sobre as ações de envolvimento de equipe desenvolvida por ela na empresa da família.

 

 

Palestrante Mirela Goi, durante sua apresentação. Foto: Adriano Rosa/SindiVarejista

 

A empresária Melissa Trafane, durante apresentação. Foto: Adriano Rosa/SindiVarejista