Home  > Notícias do Varejo  > Estado nega reabertura do comércio no dia 4 de maio em Campinas

Estado nega reabertura do comércio no dia 4 de maio em Campinas

Prefeitura apresentou plano para retomada gradual de atividades a partir da semana que vem; Estado diz que cidades não sairão da quarentena antes do dia 10

O médico infectologista David Uip, chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus no Estado de São Paulo, negou na terça-feira (28) a possibilidade do comitê autorizar a reabertura do comércio e serviços em Campinas a partir do próximo dia 4, como queria o prefeito Jonas Donizette (PSB).

“Tem que ficar claríssima a posição do Estado. Não tem qualquer possibilidade de plano, de qualquer lugar, antes de 10 de maio”, disse Uip em transmissão ao vivo.

O SindiVarejista  aprova o plano proposto pelo prefeito de Campinas que prevê a flexibilização da abertura do comércio, com as devidas regras estabelecidas pela Secretaria Municipal de Saúde. O sindicato entende que, seguidas tais regras, a reabertura do comércio na semana do Dia das Mães traria esperança para o setor em um momento de extrema dificuldade.

O secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, confirmou que recebeu o plano e elogiou o projeto. “É uma contribuição, ainda mais de uma cidade tão importante como Campinas, e ele será estudado”, disse.

Confira aqui o plano de reabertura do comércio em Campinas

Uip, no entanto, foi enfático. “É muito importante a participação de Campinas, o plano muito bem elaborado. Mas não há discussão de reabertura antes do dia 10”, afirmou. O dia 10 foi a data definida pelo governo João Doria (PSDB) para o fim da quarentena no Estado.

Uip disse ainda que há uma sensação de segurança maior no Interior, que está atrasado em cerca de duas semanas em relação à capital quanto ao crescimento de casos do coronavírus. “E isso acontece justamente por causa da antecipação das medidas de isolamento”, explicou.

Jonas

Nesta quarta-feira (29) o prefeito Jonas Donizette falou sobre a proibição da reabertura antecipada em Campinas, e adiantou que o projeto feito pelo Município foi aprovado pelo Estado e que será usado assim que houver a liberação do Estado. “O Estado deve liberar por regiões. Onde tiver com menos casos e menos problemas será liberado antes. Mas vamos aguardar até o dia 8 de maio quando o governador se posicionar. Nessa data acho muito difícil a capital reabrir no dia 11 porque lá tem muitos casos. Mas o cenários de Campinas é bem mais brando”, afirmou o prefeito.

O plano de Campinas

Ontem, Jonas apresentou o plano para reabertura a partir da próxima segunda (4) de estabelecimentos comerciais, instituições religiosas e escolas na cidade após a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. O prefeito deixou claro, no entanto, que ele só seria implantado se houvesse aval do governo estadual.

Em entrevista à rádio CBN, hoje (28) cedo, o prefeito afirmou que conversou na noite de ontem com Doria e expôs o plano para Campinas. “Ele falou: ‘Jonas toda decisão é técnica. Zero de política. O que a ciência falar, vou fazer'”, disse Jonas para a rádio.

“Se o governador vetar, vou obedecer. Não vou passar por cima. Mas fizemos um plano técnico, baseado em dados, na realidade da covid-19 na cidade. Não estou pedindo um favor ao governador”, disse Jonas.

Justificativa

Segundo a Secretaria de Saúde, o plano a reabertura se justifica porque Campinas ampliou sua capacidade de testagem – há atualmente apenas 238 casos em investigação (este número já chegou em mais de 1 mil).

Segundo Andrea Von Zuben, diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), a cidade vai contratar 10 mil testes da Unicamp, além de receber mais 29 mil testes do Ministério da Saúde nos próximos dias. “Não estamos mais no escuro. nossa capacidade de testagem no presente e a previsão para as próximas semanas é muito boa”, disse.

Ainda segundo Andrea, o número de casos positivos é de apenas 15,1% do total de exames realizados, e Campinas tem uma taxa de 10,8 óbitos para cada grupo de 1 milhão de habitantes – no Brasil são 18 e, no Estado de São Paulo, 36.

“Isso permite que a gente saia do estado de distanciamento ampliado e avance para o distanciamento seletivo. É um algoritmo do Ministério da Saúde baseado na OMS (Organização Mundial de Saúde), não é uma coisa da nossa cabeça”, disse.

Fonte: ACidadeON Campinas