Nos últimos dez anos, aumentou de 35% para 45% a proporção de mulheres que trabalham fora de casa.Entre 2000 e 2010, dobrou o número de mulheres em cargos de chefia, direção, gerência e presidência.O percentual de mulheres que têm curso superior no mercado de trabalho é hoje de 19%, enquanto o de homens é de […]
Nos últimos dez anos, aumentou de 35% para 45% a proporção de mulheres que trabalham fora de casa.
Entre 2000 e 2010, dobrou o número de mulheres em cargos de chefia, direção, gerência e presidência.
O percentual de mulheres que têm curso superior no mercado de trabalho é hoje de 19%, enquanto o de homens é de 11%.
Mas as conquistas trouxeram também muitos problemas para a vida da mulher, que em sua maioria acumulou funções. Os serviços domésticos ainda sobrecarregam a mulher trabalhadora. Elas gastam em média 22 horas semanais com as tarefas domésticas, que se somam às outras 50 horas no trabalho fora de casa.
Muitas não dormem o suficiente: acordam às 5h e vão dormir perto de meia-noite.
Ou seja, a mulher que trabalha hoje está sobrecarregada e, quase sempre, ganha menos que os homens.
Temos, portanto, muito do que nos orgulhar, mas também muito ainda por fazer.
Não podemos abrir mão de nossa vocação feminina, nosso desejo de cuidar da família, nossa feminilidade, nossa essência de mulher.
Vamos à luta e ao trabalho, sim, mas vamos nos preservar. Inclusive porque lutar por melhores condições – melhores salários, menos horas de trabalho, maior divisão nas tarefas da casa – vai nos permitir exercer ainda mais funções de liderança, assim como vai nos permitir, acima de tudo, continuar a ser mulher.
Nós podemos e devemos ser líderes, fora ou dentro de casa. Mas ser líder é também saber delegar, não é acumular tarefas. Nós não podemos carregar o mundo nas costas. Devemos dividir obrigações com os filhos, com o marido, com a família. Esta é a verdadeira mulher moderna, que educa os filhos para o futuro de igualdade de tarefas e que lidera sem se sobrecarregar de forma destrutiva.
O cenário que nós queremos, portanto, ainda não existe, mas ele está em construção e nós caminhamos neste sentido.
Sanae Murayama Saito
Presidente do Sindivarejista