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Mercadão Municipal perde público com a mudança de linhas de ônibus

Comerciantes se queixam das alterações no itinerário das linhas, que afastam clientela. Presidente do Sindivarejista lembra que questão é antiga

Não bastasse a concorrência de um número cada vez maior de comércios que se multiplicam pelos bairros da cidade, o Mercado Municipal enfrenta agora um novo revés para manter seu público: as mudanças de linhas de ônibus.

No último dia 12 de janeiro a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) realocou seis linhas que paravam na Radial Penido Burnier, próxima ao Mercado Municipal, para o Terminal Metropolitano. A distância entre os pontos é de 1,3 quilômetro.

A mudança impactou no movimento, já que esse ônibus, cujo itinerário segue até Sumaré e Paulínia, transportam cerca de 7 mil passageiros todos os dias. "Muitos dos clientes usavam essas linhas. Compravam aqui e já pegam o ônibus. Agora, eles são obrigados a subir ladeira para chegar ao ponto do ônibus. Imagina fazer isso com as compras? Muita gente desiste mesmo", afirma Jose Antônio Peres, de 56 anos, que possui barraca no Mercado desde 1979.

Balanço de 2008 da Prefeitura apontou que em dias úteis o Mercadão recebia 5 mil pessoas. No fim de semana chegava a 8 mil. Porém, segundo Peres, há cerca de dois anos uma pesquisa feita por alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou que o movimento já havia baixado para 2,5 mil e 4 mil, respectivamente. "A impressão que temos hoje é de não chegar nem na metade disso. É só olhar para o corredor. Há alguns anos, teríamos muito mais pessoas circulando aqui. Agora, a maioria é gente do próprio Mercadão", desabafa.

Apesar da mudança recente das linhas, não é de agora que alterações como esta têm influenciado no movimento, lembra Sanae Murayama Saito, presidente do Sindivarejista. Em 2009, aproximadamente 30 mil usuários de 13 linhas que tinham como ponto o Terminal Mercado tiveram seus itinerários transferidos para a Estação Expedicionários.

"Para quem trabalha no Centro, o Mercadão é sempre uma boa alternativa, porque essa pessoa chega do trabalho depois de pegar o ônibus, geralmente, o comércio do seu bairro está fechado", afirma Sanae.

A EMTU informou que as mudanças estão sendo monitoradas para que as novas alterações possam ocorrer, caso se façam necessárias para melhorar o atendimento. A EMTU disse ainda que a alteração foi necessária porque o volume de passageiros e ônibus no local estava alto para a infraestrutura.

Fonte: Metro

(por Juliana Ewers)