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Nem a Páscoa salvou o trimestre do comércio

O cenário do varejo reflete o baixo crescimento econômico e as medidas de ajuste fiscal promovidas pelo governo federal. Juros elevados, alta da inflação, queda na renda e na confiança do consumidor resultaram na diminuição das vendas

Os comerciantes de Campinas amargaram um primeiro trimestre de vendas menores neste ano. Estudo mensal da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) mostra que o faturamento foi de R$ 3,02 bilhões, volume que ficou 0,80% abaixo dos três primeiros meses do ano passado.

No outro lado da balança a inadimplência teve uma alta de 7,97% e gerou calote de R$ 33 milhões apenas em Campinas. Nos últimos 12 meses, o montante chega a R$ 170,9 milhões.

O cenário do varejo reflete o baixo crescimento econômico e as medidas de ajuste fiscal promovidas pelo governo federal. Juros elevados, alta da inflação, queda na renda e na confiança do consumidor resultaram na diminuição das vendas.

O levantamento apontou que as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) caíram de 903.590 consultas para 883.142 consultas no primeiro trimestre de 2015. O recuo foi de 2,26%.

O coordenador do Departamento de Economia da Acic, Laerte Martins, afirmou que houve uma expansão das vendas em março sobre fevereiro deste ano. "O crescimento foi de 14,24%. Mas é preciso avaliar que em fevereiro teve o Carnaval e o ano só começou mesmo a partir de março. Quando analisamos em relação a 2014, há queda. O faturamento caiu em relação ao ano passado", disse.

Ele observou que a redução não foi maior no faturamento porque a inflação fez os preços subirem neste ano. Ele passou de R$ 3,04 bilhões para R$ 3,02 bilhões. "A economia local sentiu os reflexos da macroeconomia. O primeiro semestre deve continuar sofrendo com os efeitos do baixo crescimento. A expectativa é de uma melhora do quadro no segundo semestre", ressaltou.

Ele afirmou que a inadimplência também apresentou elevação no primeiro trimestre, que também impacta o caixa dos lojistas.

"A quantidade de carnês com atraso de mais de 30 dias somaram 45.830 documentos nos três primeiros meses deste ano. Em 2014, a quantidade foi de 42.448 carnês. O calote chegou a R$ 33 milhões em Campinas", comentou.

Martins detalhou que a Região Metropolitana de Campinas (RMC) também sofreu com a alta da inadimplência. A falta de pagamento somou R$ 78,7 milhões. "Nos últimos 12 meses, a inadimplência chegou a R$ 458,2 milhões".

O comércio varejista na RMC também se ressentiu da queda no movimento nas lojas. De acordo com a pesquisa da Acic, o faturamento caiu 0,86%. O valor passou de R$ 7,25 bilhões para R$ 7,19 bilhões.

"Os consumidores est&atildatilde;o temerosos com a situação do País e param de comprar. Outro problema é que a inflação diminui o poder de compra".

Páscoa

O lojista que esperava uma alento com a Páscoa ficou frustrado – e, ao contrário do que desejava, viu as vendas ficarem menores neste ano. De acordo com pesquisa da Acic, o faturamento foi de R$ 272,9 milhões em Campinas, ou 0,76% menos em relação aos R$ 275 milhões do ano passado.

Na RMC, as vendas somaram R$ 542,8 milhões no primeiro trimestre deste ano e atingiram R$ 538,5 milhões no ano passado. "O resultado da Páscoa foi ruim, com a primeira queda desde 2005", ressaltou Martins.

Fonte: Correio Popular