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No Brasil, comerciante varejista paga por recursos que não usa

Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), um quarto dos lojistas não está feliz com os sistemas que usam para fazer suas lojas virtuais funcionarem

Se o consumidor brasileiro se sente insatisfeito com o comércio eletrônico no Brasil, ele pode, de certa forma, ficar um pouco aliviado. Os varejistas também estão insatisfeitos. Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), um quarto dos lojistas não está feliz com os sistemas que usam para fazer suas lojas virtuais funcionarem.

Esses software são usados para gerenciar aspectos como o visual da loja, os produtos que são exibidos e as promoções realizadas. De acordo com a pesquisa, um dos principais problemas dos varejistas é a avaliação de que eles pagam por recursos que muitas vezes não são usados. "Há uma certa discrepância entre o que o mercado oferece e o que os varejistas de fato precisam", disse Maurício Salvador, presidente da ABComm. "Uma loja de vinhos, por exemplo, não precisa de recursos de vitrine de produtos tão elaborados (mas acaba pagando por ele como parte do pacote oferecido por um fornecedor de software)", completou.

Mas o problemas não são uma questão apenas da oferta de produtos. Eles também são resultado de escolhas equivocadas feitas pelos administradores das lojas. "Os lojistas costumam superestimar a capacidade do sistema e acabam não tendo o resultado esperado pelo gasto que é feito", disse Salvador. Isso pode ser resultado de uma dinâmica curiosa do segmento: mais de dois terços dos lojistas escolheu seu sistema sem conversar com um representante do fornecedor. A decisão sobre a tecnologia por trás da loja geralmente é tomada levando em consideração opiniões de terceiros, ou o fato de o concorrente usar um determinado sistema. "Ele acha que usando o mesmo software que o concorrente pode vender o mesmo que ele, mas isso não é verdade".

O alto nível de insatisfação, diz o presidente da ABComm, é uma oportunidade de negócios, especialmente em um momento em que os varejistas digitais estão olhando para dentro de casa, reorganizando suas operações em busca de rentabilidade.

Assim como nos Estados Unidos e na Europa, o sistema mais usado pelos lojistas brasileiros, com um quinto de participação, é o Magento – que pertence ao eBay. Atrás dele estão quase empatadas as brasileiras Fastcomerce e Vtex, com 5,9% e 5,6% de participação, consequentemente. A ABComm mapeou pelo menos 57 fornecedores de sistemas de lojas virtuais em uso no Brasil. Dessa lista, as 10 maiores respondem por 58% do mercado. Dos lojistas que responderam à pesquisa, mais da metade afirmou gastar menos que R$ 500 por mês para manter seu sistema de comércio eletrônico em funcionamento. A ABComm estima que o comércio eletrônico em atividade.

A pesquisa foi feita no fim de setembro do ano passado e levou em consideração as opiniões de 772 varejistas.

De acordo com a empresa de pesquisa eMarketer, o Brasil é o único país da América Latina a figurar na lista dos 10 maiores mercados de comércio eletrônico no mundo, atrás da China, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Coréia do Sul, Canadá e Rússia. A estimativa é que as vendas tenham chegado a US$ 16,28 bilhões em 2014. Para 2015, a projeção é de uma alta de 15,5%.

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