Home  > Notícias do Varejo  > Obra na Glicério fará comerciante arcar com adequações internas

Obra na Glicério fará comerciante arcar com adequações internas

As obras de requalificação da Avenida Francisco Glicério, em Campinas, começam efetivamente no sábado (28) de manhã, com a abertura das primeiras valas para o aterramento da fiação elétrica e a substituição da rede hidráulica centenária, no trecho entre a Avenida Orosimbo Maia e a Rua Marechal Deodoro. Durante as intervenções, o trânsito naqueles 240 […]

As obras de requalificação da Avenida Francisco Glicério, em Campinas, começam efetivamente no sábado (28) de manhã, com a abertura das primeiras valas para o aterramento da fiação elétrica e a substituição da rede hidráulica centenária, no trecho entre a Avenida Orosimbo Maia e a Rua Marechal Deodoro. Durante as intervenções, o trânsito naqueles 240 metros será parcialmente interrompido e controlado por agentes de trânsito. Só vai permanecer o fluxo local de veículos. Os operários vão trabalhar das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira, com expediente ocasional aos sábados e domingos.

Até o pr&ooacute;ximo final da semana, os comerciantes do trecho vão ser informados, detalhadamente, sobre quais investimentos precisam ser feitos por cada estabelecimento. As reuniões são organizadas pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), que detalha o projeto aos lojistas. A entidade negocia as linhas especiais de crédito para a readequação de fachadas e instalações.
 
Adequações internas

Cada comerciante precisa arcar com as adequações internas de seu prédio. Engenheiros ou técnicos autorizados precisam adaptar o padrão de entrada que pode viabilizar a ligação na rede subterrânea. O lojista também vai pagar pelas novas ligações de água, esgoto e telefonia. Ao mesmo tempo em que terá gastos, o cidadão vai arcar com prejuízos nas vendas. Certamente, as obras vão afugentar os consumidores durante o período das intervenções.

O prefeito Jonas Donizette (PSB), que fez durante o lançamento oficial do programa na última terça-feira (25), em uma cerimônia organizada em tenda montada na Praça Guilherme da Silva, sabe que as reclamações serão inevitáveis, mas que o resultado final das intervenções vai compensar os percalços. O prefeito quer fazer da Glicério um modelo para o futuro Centro revitalizado.

Organização

"A cidade se transformou em uma metrópole, e a revitalização não pode mais esperar. A Prefeitura é inflexível, e não vai voltar atrás. A gente precisa de um Centro mais organizado, funcional, acessível, limpo. E a mudança tem um custo. Eu quero que cada cidadão tenha consciência de que todos precisam se esforçar", disse.

As obras serão executadas quadra a quadra. Pelas projeções do poder público, até novembro será executada a remodelação do trecho que termina no cruzamento com a Avenida Moraes Salles. Depois as obras serão interrompidas, para que não prejudiquem as vendas do Natal. Em janeiro, os serviços serão retomados, com a revitalização até o cruzamento com a Aquidabã. Até abril do ano que vem, estima-se, os 2,3 quilômetros da via estarão remodelados.

Última geração
 
O aterramento da fiação é o tópico mais ousado do projeto de revitalização da Glicério. A CPFL Energia vai assumir integralmente investimentos da ordem R$ 12 milhões. Segundo o vice-presidente de Operações da companhia, Hélio Viana, o projeto campineiro, com tecnologia de última geração, é semelhante aos recentemente implantados na revitalização urbana de cidades como Ribeirão Preto, Sorocaba, Santos e Jundiaí. Além de melhorar qualidade visual da avenida (que vai se livrar do emaranhado de fios), as obras vão reduzir a influência de fatores ambientais na distribuição de energia.

A nova rede hidráulica da Glicério, orçada em R$ 3 milhões, vai substituir tubulações seculares, apodrecidas ou defeituosas em diversos pontos. Para o prefeito, o projeto colabora com o combate ao desperdício de água.

A nova Glicério também uma das calçadas ampliada (para favorecer a circulação de pedestres), estações de transferência, vagas padronizadas de estacionamento e iluminação especial de prédios históricos.
 
Cerco aos pichadores
 
A Prefeitura de Campinas pretende fechar o cerco contra os pichadores e evitar a poluição visual da Francisco Glicério revitalizada. O projeto de requalificação prevê espaços específicos para a arte da grafitagem, mas o poder público não vai tolerar ações criminosas, que hoje comprometem fachadas e marquises por toda a região central.
 
De acordo com o prefeito Jonas Donizette (PSDB), a Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos vai apresentar, até abril, um estudo com adequações legais necessárias para a punição dos infratores. "É preciso que os pais e os responsáveis respondam pelas infrações cometidas pelos menores" , falou. A cidade não tolera mais as ações irresponsáveis de quem faz o que quer no espaço público ou destrói o que não lhe pertence. No momento em que o poder público tiver o amparo legal para as ações, o combate à pichação e aos pichadores será efetivo, eficiente" .

Transferência das bancas

A transferência das bancas de jornais e dos ambulantes para uma única calçada da Francisco Glicério promete esquentar os debates durante a execução das obras de revitalização. O calçamento ampliado terá 31 quiosques adaptados na nova avenida. Segundo Adrina Flosi, presidente da Acic, só existem 17 bancas de jornal do trecho a ser revitalizado.
 
Ela teme que as intervenções anunciadas favoreçam pequenas atividades informais, e prejudiquem quem sempre teve gastos com bancas maiores, cadastradas e regulamentadas. "É preciso que a gente converse sobre a organiza&ccedccedil;ão e a ocupação dos novos quiosques. É injusto favorecer uns em detrimento de outros", falou.
 
De acordo com Samuel Rossilho, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo, a distribuição dos quiosques será criteriosa, com a ordenação das atividades em cada trecho. "Todo mundo que está estabelecido na avenida hoje terá seu espaço", disse.

Fonte: Correio Popular