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PMEs deixam de faturar 6,8% devido a furtos, roubos e má gestão das lojas

Pesquisa realizada pelo Ibevar apontou que o varejo de bens de consumo deixa de ganhar cerca de R$ 1 bilhão no ano ao não se atentar em medidas de prevenção como fiscalização dos estoques

As micro e pequenas empresas (MPEs) precisam estar mais atentas à gestão de seus pontos de venda. Pesquisa indica que elas estão perdendo 6,8% de faturamento com perdas. Furtos, roubos e má administração dos estoques estão entre os problemas que desencadeiam tais prejuízos.

"O problema das micro e pequenas empresas é não terem condições financeiras que possibilitem investimentos em ações de prevenção em perdas", afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni.

Pesquisa realizada pelo Ibevar, em parceria com outras entidades setoriais, identificou que 60% dessas empresas realizam inventário; outros 35% não sabem o que têm dentro do ponto de venda. Já 5% das MPEs não sabem o que é inventário.

"As perdas podem ser maiores, pois esse índice mede o que eles identificaram. Só que muitos empresários não fazem nada ainda em relação a isso", disse Felisoni. Em uma conta simples é possível dizer que o varejo de bens de consumo (sem automóveis), deixa de faturar R$ 1 bilhão ao ano, no País.

Mudanças

Na opinião da assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fernanda Della Rosa, essas empresas precisam, em um primeiro momento, prestar a atenção nos processos que envolvem a operação. "Os empresários têm de sair de trás do balcão para ver como é o processo da empresa. De quem ele compra, como é recebido o produto. Mas, para eles, fazer isso significa um novo trabalho".

Fernanda levantou ainda a questão do engajamento dos colaboradores. "Em todas as empresas que ajudei a implementar o projeto de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi identificado uma reduçãatilde;o significativa das perdas nas lojas", explicou. Para a assessora da Fecomercio, ter um profissional engajado, que vista a camisa, ajudará a reduzir o mal crônico do setor: os roubos e furtos.

"Quando o funcionário está motivado, ele será bem mais atento ao trabalho. Não permitirá que os colegas roubem a loja, assim como ficará mais atento a atitude suspeita de consumidores", disse ela.

Momento econômico

Para Claudio Felisoni, os furtos e roubos devem ser motivo de grande preocupação no setor. "A situação econômica está complicada este ano. Isso dá margem para que mais furtos aconteçam, pois as pessoas estão ficando sem recursos", explicou. O especialista em varejo chegou a comentar que em uma rede de grande porte, os roubos saltaram de dois para 30, em média.

Felisoni também concorda que ter funcionários motivados ajuda a reduzir furtos internos, principalmente. "Feliz, ele não fará nada de errado".

Soluções

Na opinião do diretor de relações institucionais da Virtual Gate, Caio Camargo, a primeira medida a ser tomada é quantificar a operação. "O empresário precisa saber o que comprou e o que vendeu. Tem de saber quantos produtos estão no estoque", disse.

Para ele, a parcela de empresários deve olhar mais para a operação do que pensar apenas em vender. "Eles pensam em aumentar as vendas, apenas. Mas só isso não basta".

A informação é compartilhada pelo consultor do Sebrae-SP, Gustavo Carrer. "Existem outras medias para ampliar o faturamento". Carrer mencionou que além das apostilas e palestras promovida pela entidade, o empres&aaacute;rio pode colocar espelhos em pontos cegos das lojas, usar câmeras de segurança, treinar os funcionários para identificar atitudes suspeitas. "Várias medidas podem ajudar o varejista a reduzir os prejuízos com as perdas", afirmou.

Além de tudo que foi mencionado, Carrer fez questão de enfatizar que é necessário colocar a prevenção de perdas na pauta diária do empresariado. "Eles falam de tudo, menos disso". Ainda segundo o consultor do Sebrae-SP, as tecnologias de gest&aatilde;o são acessíveis, não sendo mais uma desculpa aceitável não utilizá-las.

 
Fonte: DCI – SP