Presidente do SindiVarejista dá entrevista sobre a alta na abertura de empresas

by Luciana Felix | 17/09/2021 09:12

O número de empresas abertas em Campinas cresceu 64,6% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), a alta foi da ordem de 61,32%. De acordo com o economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, as flexibilizações do comércio, que atualmente funciona sem restrições de horário e de público, impulsionaram a retomada do setor. Para a presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) de Campinas e Região, Sanae Murayama Saito, apesar de os índices serem positivos, o cenário ainda é desfavorável ao empreendedor, por causa do endividamento das famílias e empresas e pela baixa na confiança do consumidor. Por isso, investir em um negócio próprio demanda cautela e planejamento.

Na RMC, 13.112 empresas foram abertas de janeiro a agosto deste ano. No mesmo período de 2020, foram 8.128. A alta também foi registrada em Campinas, que nos oito primeiros meses de 2021 contabilizou 5.482 aberturas, contra 3.338 registradas no mesmo período do ano passado. O total de empresas fechadas também cresceu no mesmo intervalo de tempo. Tanto no município – em que a elevação foi de 11,21% (2.896) – quanto na Região Metropolitana de Campinas, que registrou o aumento de 2,38% (6.658). Segundo Martins, os dados não contemplam abertura de negócios na modalidade de Microempreendedor Individual (MEI), que ainda estão sendo contabilizados pela Acic.

De acordo com o economista, o aquecimento do setor tem sido observado desde fevereiro deste ano, momento em que as condições de crédito foram facilitadas ao empresário. Porém, nos meses seguintes, a retomada do segmento desacelerou, lembrou Martins, devido à segunda onda da covid-19. A partir de agosto, a abertura de empresas voltou a ser registrada com mais intensidade. “O mês passado concentrou 13,40% dos negócios abertos nos oito primeiros meses deste ano”, informou. Com o avanço, acrescentou, o aquecimento econômico tem se intensificado.

Para ele, a instabilidade do atual cenário político deve contribuir em uma retração no segmento neste mês. “Depois do feriado de 7 de Setembro, a tendência passou a ser a de desaceleração. Mas a nossa expectativa é a de que isso mude nos próximos meses”, indicou. A previsão é a de que até o final do ano a economia volte a crescer. O último trimestre do ano, geralmente, é o período em que atividade econômica tem uma alta significativa por causa das datas comemorativas, como o Dia das Crianças e o Natal. Mesmo com o percalço observado em setembro, concluiu, o comércio e a prestação de serviços devem fechar o ano com saldo positivo.

Segundo Sanae, além da flexibilização do comércio divulgada em agosto, o Dia dos Pais também influenciou na abertura de empresas na cidade e região. “Para apostar no próprio negócio, é preciso saber como está a dinâmica de consumo das famílias. O índice de consumo considerado satisfatório é de 100 pontos. Atualmente, ele está em 69”, ressaltou. De acordo com a presidente do Sindivarejista, a maioria das empresas abertas é de MEIs, mas elas também são as que mais fecham.

Para ela, o setor comercial ainda está no período de crescimento, no momento de reerguer-se. Para abrir o próprio negócio agora, reforçou, é preciso ter calma e investir na capacitação empresarial. “O retorno esperado ainda está um pouco longe. É preciso estudar o mercado e aprimorar o conhecimento empresarial, para apostar no segmento nesse momento”, concluiu.

Fonte: Correio Popular

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