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Produtos oficiais da Copa devem movimentar R$ 2 bilhões no varejo

Investimento inicial para o investidor interessado em ter um dos quiosques oficiais do mundial gira entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Já o faturamento mensal pode variar de R$ 80 mil a R$ 120 mil, de acordo com a região e a época do ano

Em época de manifestações contra a realização do mundial de futebol, os empreendedores continuam interessados no potencial de negócios do evento a ser realizado este ano. A Globo Marcas, empresa responsável pela comercialização dos quiosques oficiais da Copa do Mundo no Brasil, estima que os produtos do evento movimentarão cerca de R$ 2 bilhões no varejo brasileiro.

O investimento inicial para o investidor interessado em ter um dos quiosques oficiais gira entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Já o faturamento mensal pode variar de R$ 80 mil a R$ 120 mil, de acordo com a região e a época do ano. "Conforme a Copa se aproxima, o ritmo das vendas acelera", garante a área de Comunicação da Globo.

Ao DCI, a empresa destacou que os quiosques são exclusivamente temáticos e devem encerrar suas atividades após a final da Copa do Mundo, de acordo com o modelo determinado pela Fifa.
Sobre o tamanho desse mercado, e o otimismo em relação ao volume de vendas dos artigos ligados diretamente ao evento, a empresa disse que mais do que comparar com a última Copa do Mundo, na África do Sul, em 2010, é possível avaliar o sucesso de vendas na Copa das Confederações no Brasil, no ano passado. "Para exemplificar o que estamos falando, as vendas dos produtos oficiais nos estádios superaram os números das duas últimas Copas das Confederações. O crescimento em relação à edição realizada na Alemanha foi de 250% e, quando falamos do evento na África do Sul, a comercialização foi quatro vezes e meia maior", garantiu a assessoria da companhia, por meio de comunicado enviado para a reportagem.

Questionados se a procura pelo negócio é maior do que a expectativa, a Globo Marcas ressaltou estar bastante satisfeita, e disse que os empreendedores entenderam a magnitude do evento e enxergaram uma excelente oportunidade de negócio. Apesar disso, a empresa enfatiza que todos os candidatos a operadores de quiosques são submetidos a um criterioso processo de avaliação, antes de serem aprovados. "Portanto, a candidatura não é sinônimo de aprovação", apontou a Globo Marcas. A empresa declarou acreditar que o novo modelo de negócio vai dar maior capilaridade às operações, levando os produtos da Copa para mais perto dos brasileiros. "O layout dos quiosques tem como objetivo valorizar a exposição dos produtos oficiais e possui 6 m² de área, uma medida considerada adequada para os espaços disponíveis nos shopping centers do Brasil."

Os quiosques oficiais são mais um braço da operação de vendas de licenciados da Copa no varejo, que também incluem a distribuição em lojas especializadas, e-commerce e pontos de venda em estádios e aeroportos. Atualmente, a Globo Marcas tem mais de 1.700 produtos aprovados para a Copa, mas isso pode chegar a dois mil itens oficiais até o evento. Para alcançar esse número, a companhia afirma ter fechado mais de 90 contratos com empresas líderes em suas áreas, em categorias como vestuário; acessórios; brinquedos; bolas; calçados; malas, mochilas e bolsas; souvenires; itens de torcida; papelaria; e utilidades domésticas.

Pesquisa de opinião

Para desenhar melhor o cenário do período de Copa para as empresas, a consultoria Hello Research desenvolveu o estudo "Fora de Campo", concebido a partir de entrevistas com mil pessoas, em 70 cidades do País. No quesito "classe social", a maior esperança pela realização de uma boa Copa vem da classe A (60% dos entrevistados), seguida pela classe D (34%). "Este raio-X nos permite acompanhar sentimentos antagônicos", disse o sócio-diretor da Hello Research, Davi Bertoncello.

Para comerciantes de modo geral, interessados em ampliar a renda com a data, a especialista em inteligência de negócios e diretora da Brand Up, consultoria de branding, Jeaninne Carvalho Mettes, afirmou que criar produtos, serviços ou pensar em promoções para a época de eventos de grande relevância no País requer, acima de tudo, criatividade. "Vale de tudo para lucrar com a grande demanda de turistas esperados nas cidades que vão sediar os jogos. No entanto, é preciso ter cuidado. É importante planejar bem as ações e cuidar para que logomarcas ou símbolos proprietários, de uso exclusivo da Fifa e dos patrocinadores oficiais do evento, não sejam utilizados", como apontou a executiva.

Para Jeaninne, é importante desenvolver linhas de produtos genéricos, que se associem ao tema. Outra dica é planejar bem o estoque, tanto para não perder oportunidades, quanto para não exceder na quantidade de produtos disponíveis para venda. "É importante, também, ter um plano B, seja para aumentar ou diminuir o pedido planejado em pouco tempo, conforme os fatos forem se desenrolando com a aproximação da data comemorativa".

Fonte: DCI