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Varejo elimina 66 mil empregos no estado de SP e tem pior semestre desde 2007

O desempenho do mercado de trabalho é dependente direto da receita de vendas do varejo e das expectativas dos empresários, avalia Fecomercio

Nos seis primeiros meses deste ano, o comércio varejista do Estado de São Paulo eliminou 66.602 empregos, resultado de 421.306 admissões e 487.908 desligamentos, o pior saldo de um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2007. Somente em junho, o varejo paulista fechou 5.614 postos com carteira assinada, provenientes de 69.981 admissões e 75.795 desligamentos. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores atingiu 2.063.427 no mês, redução de 3,5% em relação a junho de 2015. Mesmo sendo uma perda maior que as 3.730 vagas extintas em maio, o saldo negativo é menor do que o registrado em junho de 2015 quando 6.810 empregos formais foram cortados.

Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Na segmentação por porte, observa-se que apenas as empresas com até 4 funcionários geraram novos postos de trabalho no acumulado de janeiro a junho deste ano. O saldo foi positivo em 15.909 empregos formais. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, provavelmente o empreendedorismo e os comércios de bairro foram responsáveis por esse crescimento.

De acordo com a Entidade em épocas de crise econômica o empreendedorismo ganha força já que algumas pessoas ao perderem o emprego, optam por investir suas economias na abertura do próprio negócio, com poucos funcionários. Além disso, geralmente os estabelecimentos de menor porte (com até quatro colaboradores) estão localizados em bairros de menor fluxo de clientes, mas contam com forte capacidade de fidelização do consumidor, pela proximidade entre empresa, funcionário e cliente.

Das nove atividades pesquisadas, apenas os estoques de trabalhadores dos segmentos de farmácias e perfumarias (1,9%) e de supermercados (0,1%) cresceram em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os destaques negativos foram os setores de lojas de móveis e decoração (-8,2%), concessionárias de veículos (-7,9%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-7,9%). No acumulado do 1º semestre do ano, apenas as farmácias e perfumarias (995 vagas) criaram novos postos de trabalho. Em termos absolutos, o pior desempenho do semestre foi visto no setor de lojas de vestuário, tecidos e calçados, que eliminou 22.263 empregos no período.

Com relação aos dados por ocupações, as funções que registraram as maiores perdas foram as de vendedores e demonstradores, com a eliminação de 804 postos de trabalho em junho, seguida pela de escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos, com a extinção de 624 vagas, e pelos gerentes de produção e operações (-539 vagas).

De acordo com a FecomercioSP, o desempenho do mercado de trabalho é dependente direto da receita de vendas do varejo e das expectativas dos empresários. Mesmo com o aumento da confiança tanto de empresários quanto de consumidores nos últimos meses, ainda baseada na melhora das expectativas, as condições econômicas atuais ainda são muito ruins.

Para o segundo semestre, a Federação acredita que o quadro tende a melhorar na medida em que as políticas de equilíbrio macroeconômico forem sendo implementadas e com isso mais empresários se destemam a investir no Brasil, gerando emprego, renda e girando a roda da economia e do consumo. A Entidade projeta um aumento lento e gradual nas vendas do varejo e o mercado de trabalho varejista pode esboçar uma reação no início do próximo ano dependendo dos resultados das vendas do Natal.

Varejo paulistano
O comércio varejista da capital paulista encerrou junho com 645.148 empregados, após a eliminação de 1.256 postos de trabalho com carteira assinada ao longo do mês. O saldo do primeiro semestre do ano foi negativo, em 16.969 empregos e no acumulado dos últimos 12 meses foi negativo em 21.364 empregos – o que levou à redução de 3,2% do estoque total na comparação com junho de 2015.

Das nove atividades pesquisadas, apenas as que comercializam bens essenciais registraram aumento no estoque de trabalhadores em relação a junho de 2015: farmácias e perfumarias (2,1%) e os supermercados (0,4%). Seguindo a tendência estadual, os destaques negativos foram as concessionárias de veículos (-7,8%); as lojas de móveis e decoração (-7,6%); e o setor de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-7,3%).

Fonte: Fecomercio