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Varejo elimina vagas de emprego e registra segundo pior desempenho do Estado

Segundo FecomercioSP, comércio varejista fechou mais de nove mil postos de trabalho em um ano e estoque total caiu para 196.605 trabalhadores no mês

Em junho, o comércio varejista na região de Campinas fechou 582 postos de trabalho, resultado de 7.008 admissões contra 7.590 desligamentos. Em 12 meses, foram eliminados 9.051 empregos com carteira assinada, o que levou a um recuo, na comparação com junho de 2015, de 4,4% do estoque total, o segundo pior desempenho do Estado de São Paulo, ficando atrás somente de Osasco. Com isso, o varejo da região encerrou o mês com 196.605 trabalhadores formais.

As informações são da Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), elaborada com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, obtido com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Das nove atividades analisadas, oito apontaram retração no estoque de empregados em junho em relação ao mesmo mês de 2015. Os recuos mais expressivos foram vistos em concessionárias de veículos (-10,3%), lojas de vestuário, tecido e calçados (-10%) e de materiais de construção (-9,5%). O único segmento que apresentou crescimento foi o de farmácias e perfumarias (2,9%).

Desempenho estadual

Nos seis primeiros meses deste ano, o comércio varejista do Estado de São Paulo eliminou 66.602 empregos formais, resultado de 421.306 admissões e 487.908 desligamentos, o pior saldo de um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2007. Somente em junho, o varejo paulista fechou 5.614 postos com carteira assinada, provenientes de 69.981 admissões e 75.795 desligamentos. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores atingiu 2.063.427 no mês, redução de 3,5% em relação a junho de 2015.  Mesmo sendo uma perda maior que as 3.730 vagas extintas em maio, o saldo negativo é menor do que o registrado em junho de 2015, quando 6.810 empregos formais foram cortados.

Na segmentação por porte, observa-se que apenas as empresas com até quatro funcionários geraram novos postos de trabalho no acumulado de janeiro a junho deste ano. O saldo foi positivo em 15.909 empregos formais. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, provavelmente o empreendedorismo e os comércios de bairro foram responsáveis por esse crescimento.

De acordo com a Entidade, em épocas de crise econômica o empreendedorismo ganha força, já que algumas pessoas, ao perderem o emprego, optam por investir suas economias na abertura do próprio negócio, com poucos funcionários. Além disso, geralmente os estabelecimentos de menor porte (com até quatro colaboradores) estão localizados em bairros de menor fluxo de clientes, mas contam com forte capacidade de fidelização do consumidor, pela proximidade entre empresa, funcionário e cliente.

Das nove atividades pesquisadas, apenas os estoques de trabalhadores dos segmentos de farmácias e perfumarias (1,9%) e de supermercados (0,1%) cresceram em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os destaques negativos foram os setores de lojas de móveis e decoração (-8,2%), concessionárias de veículos (-7,9%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-7,9%). No acumulado do primeiro semestre do ano, apenas as farmácias e perfumarias (995 vagas) criaram novos postos de trabalho. Em termos absolutos, o pior desempenho foi visto no setor de lojas de vestuário, tecidos e calçados, que eliminou 22.263 empregos no período.

Com relação aos dados por ocupações, as funções que registraram as maiores perdas foram as de vendedores e demonstradores, com a eliminação de 804 postos de trabalho em junho, seguida pela de escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos, com a extinção de 624 vagas, e pelos gerentes de produção e operações (-539 vagas).

De acordo com a FecomercioSP, o desempenho do mercado de trabalho é dependente direto da receita de vendas do varejo e das expectativas dos empresários em relação ao futuro. Mesmo com o aumento da confiança tanto de empresários quanto de consumidores nos últimos meses, ainda baseada na melhora das expectativas, as condições econômicas atuais ainda são muito ruins.

Para o segundo semestre, a Federação acredita que o quadro tende a melhorar na medida em que as políticas de equilíbrio macroeconômico forem sendo implementadas, e, com isso, mais empresários se destemam a investir no Brasil, gerando emprego, renda e girando a roda da economia e do consumo. A Entidade projeta um aumento lento e gradual nas vendas do varejo, e o mercado de trabalho varejista pode esboçar uma reação no início do próximo ano, dependendo dos resultados das vendas do Natal.

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