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Vendas no varejo desaceleram e são influenciadas por prazos

As vendas no varejo brasileiro devem apresentar crescimento

As vendas no varejo brasileiro devem apresentar crescimento de 1,95% no terceiro trimestre deste ano, frente ao período de abril a junho. A estimativa é do Programa de Administração do Varejo (Provar), da FIA (Fundação Instituto de Administração) e mostra uma desaceleração do setor, já que no mesmo período do ano passado foi registrada uma alta de 3,6% nas vendas, na mesma base de comparação.
"Não há como sustentar níveis altos de consumo indefinidamente. Em geral, 2010 será um ano muito bom, mas de crescimento menor do que no ano passado", afirmou o coordenador geral do Provar, Claudio Felisoni, na divulgação da Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo.
Ele explica que fatores como os baixos patamares de poupança doméstica e o ambiente externo ainda desfavorável limitam os investimentos que poderiam ampliar a oferta agregada. Deste modo, se o consumo continuasse crescendo haveria elevação da inflação.
"A estrutura não suporta e não vamos ter inflação subindo, então aumenta-se os juros e busca-se uma posição mais eficiente dos gastos públicos", destacou o especialista, enfatizando que, em 2011, esta desaceleração do consumo tende a se intensificar.
Outra tendência que se desenha no setor, segundo a pesquisa do Provar, é que as vendas sejam cada vez mais influenciadas pelos prazos médios aos consumidores.
O levantamento da instituição revelou que, dentre as variáveis que mais influenciam a decisão de compra, o prazo tem ganhado importância, enquanto a renda tem perdido influência.
Quando há elevação de 1% no prazo médio, eleva-se em 0,56% as vendas no varejo, sendo que em 2009 esse efeito era de 0,28% e em 2008, de 0,15%. Por outro lado, quando se eleva em 1% a renda da população, a alta sentida nas vendas é de 0,73%, frente aos 0,79% registrados em 2009 e aos 0,93% de 2008.
"Temos observado um crescimento no impacto do prazo na sustentação do consumo, enquanto o impacto da renda, apesar de ainda significativo, tem sido reduzido. Parte desse resultado, pode ser explicado pela ampliação da classe C, que, mesmo com alguma elevação na renda, não tem tanto poder de compra", explicou Felisoni.