Artigo escrito pela presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito, é publicado no jornal Correio Popular. Confira abaixo o artigo na íntegra! A discussão em torno do possível fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito traz consigo implicações complexas para a economia brasileira. O parcelamento sem juros consolidou-se como uma poderosa estratégia de venda […]
Artigo escrito pela presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito, é publicado no jornal Correio Popular.
Confira abaixo o artigo na íntegra!
A discussão em torno do possível fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito traz consigo implicações complexas para a economia brasileira. O parcelamento sem juros consolidou-se como uma poderosa estratégia de venda no varejo brasileiro, oferecendo aos consumidores a oportunidade de dividir o valor total das compras sem custos adicionais. Além de estimular o consumo, essa modalidade se tornou uma ferramenta competitiva para diversos setores, além do comércio, como o de serviços.
O cenário em Brasília, com discussões sobre o impacto dessa modalidade nas taxas de juros rotativos, levanta preocupações quanto aos efeitos que sua restrição ou eliminação podem trazer.
A extinção ou a dificultação do acesso ao parcelamento sem juros poderiam gerar consequências negativas significativas. Primeiramente, haveria uma redução notável no consumo da classe C, onde o cartão de crédito é um meio de financiamento crucial para atividades cotidianas e profissionais. Em segundo lugar, pequenos negócios e profissionais liberais veriam suas receitas encolherem, prejudicando ainda mais a economia.
É fundamental diferenciar o parcelamento sem juros do crédito rotativo. Enquanto o crédito rotativo impõe altas taxas aos consumidores, o parcelamento sem juros é um acordo entre consumidores, lojistas e emissores, no qual os varejistas absorvem os custos do benefício. Limitar essa modalidade teria pouco impacto nas cobranças do rotativo. Além disso, essa medida poderia aumentar a inadimplência e direcionar os clientes para linhas de crédito mais caras dos bancos.
Ao invés de eliminar o parcelamento sem juros, uma solução mais sensata seria racionalizar os juros do crédito rotativo. Isso não apenas promoveria uma competição saudável no mercado, mas também manteria a vitalidade do parcelamento sem juros como uma ferramenta que impulsiona o consumo, amplia o acesso para as populações vulneráveis e fortalece a inclusão financeira.
Em suma, o parcelamento sem juros no cartão de crédito é uma faceta fundamental do cenário econômico brasileiro, com implicações que vão muito além das transações cotidianas. A abordagem para lidar com essa questão deve ser equilibrada e voltada para manter a saúde financeira do país, incentivando um mercado competitivo e proporcionando benefícios tangíveis para os consumidores e empresas.
Sanae Murayama Saito é presidente do SindiVarejista de Campinas e Região
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