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Setor de vestuário e calçados lidera demissões no comércio de Campinas em 2015

Dados apontam que dos nove setores analisados, em oito houve saldo negativo de empregos, somando menos 7 mil postos de trabalho

comercio_vazioO setor de vestuário, calçados e tecidos foi o que mais demitiu no comércio varejista de Campinas no período de novembro de 2014 a novembro de 2015, resultando em menos 2.522 postos de trabalho. O segmento de materiais de construção e lojas de eletrodomésticos e eletrônicos também apresentaram os piores resultados neste período: o primeiro teve saldo negativo de 1.185 e, o segundo, menos 1.005 vagas no mercado. Já o setor que apresentou melhor resultado foi o de farmácias e perfumarias, com saldo positivo de 273 vagas geradas no comércio.

Confira aqui reportagens nos jornais Metro e Destak sobre o assunto. 

As informações são da Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada pela FecomercioSP. De acordo com o levantamento, o número de postos de trabalho formal no comércio registrou queda de 3,4% no período de novembro de 2014 a novembro de 2015, o que resultou na eliminação de 7.084 vagas. Com isso, o estoque de trabalhadores atingiu 204.346. De janeiro a novembro de 2015 o recuo foi de 2,7%, resultado da perda de 5.743 postos de emprego no ano.

Para a presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito, o saldo negativo é preocupante e resultado de um cenário econômico instável, com juros altos, aumento da inflação, aumento de custos e a incapacidade de investimentos. “Com a queda nas vendas e aumento dos custos para manter a empresa, o empresário varejista demite. Isso é preocupante, pois um desempregado a mais na sociedade é um consumidor a menos, que compra menos”, afirma. As vendas no comércio de Campinas caíram 16% no período de janeiro a outubro de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014.

Sanae também explica porque determinados setores do comércio foram os que mais demitiram neste último ano. Para ela, esse é um reflexo da resistência das famílias brasileiras em consumir bens duráveis e se endividarem diante de um cenário econômico tão instável. “Os consumidores estão gastando apenas com produtos e itens essenciais. Isso pode ser visto nos números: o setor de farmácias e perfumarias manteve o saldo de emprego positivo, assim como o de supermercados que registrou menos demissão em relação aos outros segmentos”, disse.

Bens duráveis como eletrônicos, eletrodomésticos, além de automóveis e autopeças estão sendo deixados de lado. Mesmo por que, nos últimos anos, com incentivos do governo, houve grande consumo por produtos de linha branca, automóveis zero quilômetro e imóveis, fazendo com que esses setores vendam menos e comecem a demitir.

A expectativa para este ano é que as demissões continuem, aumentando ainda mais o saldo negativo dos postos de trabalho, principalmente pela resistência das famílias de buscar financiamentos ou compras com pagamentos a longo prazo.

Desempenho estadual

Em novembro, o comércio varejista do Estado de São Paulo abriu 13.682 novas vagas de emprego formal, consequência de 86.113 admissões contra 72.431 desligamentos, o que resultou em um estoque total de 2,14 milhões de trabalhadores. Apesar do dado positivo visto em novembro – mês que concentra a geração de empregos temporários para o Natal –, esse foi o pior desempenho para o período desde 2007. Além disso, no acumulado dos últimos 12 meses, o varejo fechou 55,6 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 2,5% no estoque de trabalhadores em relação a novembro de 2014. É a primeira vez desde 2008 que esse saldo fica negativo no período.

Ao avaliar o mercado de trabalho de janeiro a novembro, o cenário também foi negativo. Foram perdidas 48.260 vagas, representando um decréscimo de 2,2% do estoque de trabalhadores.

Das nove atividades analisadas, sete registraram redução do estoque de empregados em novembro, se comparado com o mesmo período de 2014. Destaques para os setores de concessionárias de veículos (-7,8%) e lojas de vestuário, tecido e calçados (-6,7%). Por outro lado, apenas os segmentos de farmácias e perfumarias (2,5%) e supermercados (0,9%) registraram aumento da ocupação formal.

Nota metodológica

A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do setor. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecido e calçados; supermercado e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

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