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Caixa sem operador tenta emplacar no varejo do Sul do País

Ao usar a tecnologia o consumidor está sob a vigilância permanente de uma microcâmera e é obrigado a colocar os itens numa sacola, que está sobre uma balança

Fazia três anos que a empresa de Paulo Soares, que fornece softwares e equipamentos para redes de varejo, havia trazido para o Brasil os caixas sem operadores, em que o próprio cliente passa as compras e faz o pagamento.

Até outubro do ano passado, porém, nenhum havia sido vendido. "Todo mundo falava: ‘Isso não é para o Brasil’.", diz Soares, presidente da RMS. "É o medo do novo.&qquot;

Em novembro do ano passado, a rede de mercados Muffato, do Paraná, resolveu instalar os seus – quase dez anos depois da primeira experiência brasileira.

O Pão de Açúcar fez uma tentativa anteriormente, mas os autocaixas foram instalados em apenas uma loja e extintos alguns anos depois.

Hoje, duas lojas do Muffato, em Londrina e Maringá, têm a tecnologia, e outras dez redes, inclusive farmácias e lojas de departamento, já fizeram suas encomendas.

Segundo Everton Muffato, diretor do grupo paranaense, a aceitação foi muito boa. O sistema é utilizado principalmente em pequenas compras e em horários de pico, por clientes que querem escapar das filas.
"Tínhamos a impressão de que pessoas mais sofisticadas usariam. Na verdade, elas não gostam de pôr a mão na mercadoria. Quem usa é quem tem pressa", diz o presidente da RMS.

MONITORAMENTO

Ao usar a tecnologia, importada do Japão, o consumidor está sob a vigilância permanente de uma microcâmera e é obrigado a colocar os itens numa sacola, que está sobre uma balança.

O sistema checa se o peso bate com os produtos informados no leitor. Tudo é monitorado à distância por supervisores.

"É tão ou mais seguro que o caixa normal", diz Muffato, que afirma nunca ter registrado casos de furtos no sistema.
O pagamento é feito apenas no cartão. "As máquinas com dinheiro nós nem trouxemos. São bem mais caras e têm problema de segurança. Elas viram uma caixa-forte", diz Soares, da RMS.

Para Muffato, o autocaixa representa "uma nova era" no relacionamento do mercado com o cliente, que agora pode fazer toda a compra de forma autônoma.

"Faz muito bem para a imagem", diz Soares. "Você dá mais conforto ao cliente."

Segundo o grupo Muffato, não houve corte de funcionários, que foram transferidos para monitorar o novo sistema. Cada autocaixa custa R$ 50 mil – cerca de 40% a mais que um caixa normal.

Fonte: Folha de São Paulo