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Comércio varejista vai deixar de vender R$ 6,5 bi este ano, segundo levantamento

Com a alta das tarifas, Confederação Nacional do Comércio acredita que o desempenho do varejo será afetado

O aumento das tarifas deve tirar R$ 6,5 bilhões de vendas do comércio neste ano, apontam as projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Com isso, a concorrência entre os segmentos do varejo, especialmente aqueles dependentes de crédito e que tiveram o imposto sobre os financiamentos elevados, como eletrodomésticos e viagens, deve se acirrar.

"Existe uma forte relação entre os preços administrados (tarufas) e os altos e baixos de vendas do varejo", afirmou Fábio Bentes, economista da CNC. Segundo ele, os períodos de desaceleração de vendas no varejo coincidem com as fases de aumentos de preços administrados, quadro que se desenha para este ano. A coincidência da alta das tarifas com a desaceleração das vendas é explicada pela queda na renda disponivel, aquilo que sobra no bolso do brasileiro depois dele gastar com itens de consumo obrigatório.

Para calcular quanto o comércio vai deixar de vender este ano por causa do tarifaço, o economista da CNC, considerou a alta de preços administrados de 9,3% esperada para 2015, que consta na última ata de reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central.

Ele explica que a expectativa inicial era que o comércio varejista restrito, que não inclui veículos e material de construção, crescesse 3% este ano. Mas, por causa do tarifaço, os calculos foram refeitos. A projeção é de um acréscimo de 2,5%. Como as vendas do varejo restrito somaram R$ 1,32 trilhão em 2014, a perda de 0,5 ponto corresponde a R$ 6,5 bilhões que deixarão de ser embolsados pelas lojas.

"O setor mais afetado deve ser o de bens de duráveis, que foi o motor do varejo em sua fase de ouro", afirmou Bentes. Entre 2005 e 2012, o volume de vendas de bens duráveis, que inclui eletrodomésticos, móveis e eletrônicos, por exemplo, cresceu 13,9% ao ano, enquanto o comércio geral avançou 8%.

Arroz e feijão

Romeu Zema Neto, diretor-geral das Lojas Zema, rede varejista de eletroeletrônicos e móveis voltada para as classes C, D e E, acredita que não será afetado por essa restrição na renda da população. "Já passamos por conjunturas mais complicadas", disse.

Ele acha que as pessoas vão reduzir viagens e os passeios e vão dar prioridade para equipar melhor a casa. Zema compara a demanda por eletrodomésticos vendidos na sua empresa a itens básicos qie não podem deixar de ser consumidos. "Nós somos mais parecidos com arroz, feijão, óleo e macarrão". Além disso, observa que em muitas cidades pequenas onde atua, a população não usa transporte público e vai trabalhar a pé ou de bicicleta.

Já Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC, agência de turismo que tem 50% da clientela na classe C, disse que a indústria do turismo é mais resiliente à crise. "Os brasileiros incorporaram o hábito de viajar".

Fonte: Estadão


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