Apesar da melhora e aumento das em relação a 2014, inadimplência continua em alta e preocupa comerciantes
Segunda melhor data de vendas para o varejo, o Dia das Mães salvou o faturamento do comércio campineiro em maio. Depois de amargar meses fechando no vermelho, os lojistas faturaram R$ 1,25 bilhão no mês passado.
O valor ficou 3,27% acima do R$ 1,21 bilhão de maio de 2014. Mas, apesar de positivo, o resultado está longe de atingir as metas estabelecidas pelos comerciantes. No acumulado do ano, os números permanecem negativos.
Uma grande preocupação é a disparada da inadimplência, que não dá trégua. Em maio, o crescimento no número de carnês com atraso no pagamento superior a 30 dias foi de 9,9%.
Dados divulgados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) mostram que no mês passado 23.793 carnês ficaram sem quitação. Em igual mês do ano passado, o volume foi de 21.650 documentos. No ano, já são 85.703 carnês sem pagamento. O aumento em relação aos cinco primeiros meses de 2014 foi de 8,17%.
“Nos últimos 12 meses, o calote em Campinas chega a R$ 197,8 milhões. A alta de 9,9% na inadimplência em maio foi a maior do ano. O consumidor está sem dinheiro e deixa de honrar seus compromissos. E a tendência é que a inadimplência continue elevada”, avaliou o coordenador do Departamento de Economia da Acic, Laerte Martins.
Ele ressaltou que a inadimplência piora os indicadores do comércio e prejudica ainda mais o caixa do varejo. O economista disse que os comerciantes vivem um momento difícil, com queda na demanda e alta no calote. “O pior é que não há nenhuma perspectiva de melhora nos indicadores econômicos nos próximos meses”.
Martins disse que, tradicionalmente, maio apresenta alta nas vendas por causa do Dia das Mães. “Embora o resultado do mês tenha sido positivo, o crescimento foi menor do que em anos anteriores. Tivemos uma recuperação, mas muito tímida”.
Martins lembrou que o faturamento no acumulado do ano ainda está abaixo do mesmo período de 2014. “Entre os meses de janeiro e maio deste ano, o varejo em Campinas faturou R$ 5,41 bilhões. No mesmo período do ano passado foram R$ 5,42 bilhões. A diferença é pequena, mas a economia perdeu o fôlego e a tendência é de fechar o ano bem abaixo de 2014”, analisou.
Martins salientou que, mesmo em meses cujo faturamento foi maior do que no ano passado, é preciso considerar agora as perdas para a inflação, que também continua alta.
Fonte: Correio Popular