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Expectativa para 2017: deve ser o melhor Natal em 4 anos

Projeções de vendas e contratação de temporários mostram que as festas de fim de ano vão marcar o fim da crise. É o presente que o País precisava

No auge da crise econômica, quando a inflação era estratosférica, os preços pareciam inalcançáveis e os juros estavam acima de dois dígitos, os presentes colocados pelas famílias aos pés das árvores de Natal minguaram. A queda no consumo fez com que o comércio varejista amargasse nos últimos dois anos recessão e queda nas vendas. A geração de vagas de empregos temporários, muitas vezes a porta de entrada de jovens para o mercado de trabalho, também caiu, em um claro reflexo da recessão econômica que massacrava o País. O ano de 2017, no entanto, deve colocar fim aos tempos árduos. O setor varejista prevê que o Natal será o melhor desde 2013, ajudando a aliviar perdas e alavancar negócios.

De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as festas de fim de ano devem registrar aumento tanto nas vendas quanto na abertura de vagas temporárias. Serão R$ 34,3 bilhões movimentados até dezembro, um avanço de 4,3% nos negócios no varejo. “É uma notícia que se insere no contexto de recuperação do consumo: baixa inflação, queda de juros, recuperação do mercado de trabalho e da confiança do consumidor, que está menos receoso de comprar e assumir prestações”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC.

Com o aumento nas vendas, o comércio já começa a se preparar para receber o maior fluxo de consumidores nas lojas. Para suprir a demanda, entre e setembro e dezembro deste ano devem ser contratados cerca de 73,1 mil trabalhadores temporários, um avanço de 10% em relação aos 66,7 mil postos criados no ano passado. “À medida em que temos a flexibilização na legislação, isso também pode estimular o empresário a arriscar e contratar um pouco mais”, diz Otto Nogami, professor de economia do Insper. O otimismo do setor deve fazer aumentar também a taxa de efetivação dos trabalhadores temporários. Segundo a CNC, a taxa, que se manteve na média de 15% nos últimos dois anos, deve chegar a 27% depois do Natal deste ano. “Essa é uma boa notícia principalmente para o trabalhador jovem, que é o mais castigado pela crise”, diz Fabio Bentes, economista da CNC. Os setores que mais devem empregar são os de vestuário (48,9 mil vagas) e o de hiper e supermercados (10,4 mil vagas). Juntos, eles costumam responder por 60% das vendas natalinas. Os maiores salários, no entanto, deverão se concentrar no ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.446), seguidos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.391).

INDÚSTRIA

As encomendas para a data também já elevaram produção da indústria, em mais um sinal de que as vendas crescerão. No período em que os pedidos de Natal costumam ser feitos, entre junho e agosto, o segmento de eletrônicos registrou alta de 20,4% na produção, um resultado extraordinário diante da queda de 5,4% no mesmo período do ano passado. O setor de vestuário também reagiu: cresceu 6,7% em 2017, enquanto em 2016 havia caído 1,1%. “A gente deve ver uma recuperação maior da indústria, embora esse seja um setor que geralmente demora mais para se reerguer da crise”, diz Joelson Sampaio, professor da FGV EESP.

Uma das medidas que deve impulsionar o consumo das famílias é a liberação de R$ 15,9 bilhões de contas inativas do PIS/Pasep. Estima-se que o comércio varejista irá embolsar R$ 4 bilhões desse montante. “É um dinheiro que entra em uma época do ano em que, por mais que as pessoas se contenham, partem para o consumo quando têm dinheiro no bolso”, diz Nogami. A expectativa de um Natal melhor é um indicador positivo para 2018. “Os dados de agora são antecedentes de um 2018 melhor que 2017, que já foi bem melhor que 2016”, afirma Sampaio. “Podemos dizer que saímos da crise.” Um bom presente de Natal para o País.

Fonte: Isto É