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Mercados apostam em produtos prestes a vencer

É cada vez mais comum encontrar supermercados que vendem produtos perto do vencimento com um preço bem abaixo do normal

Prática usual na Europa, é cada vez mais comum encontrar supermercados que vendem produtos perto do vencimento com um preço bem abaixo do convencional. A “moda” que começou há cerca de 5 anos está se tornando uma prática de varejistas de Campinas para evitar o desperdício de alimentos, fidelizar clientes em busca de preços baixos e claro, não sair no prejuízo.

Em Campinas, grandes redes como Pão de Açúcar e Extra têm gôndolas específicas para este tipo de produtos. Os descontos chegam a 40% nas redes Extra, Minimercado Extra, Pão de Açúcar e Minuto Pão de Açúcar, segundo o Grupo Pão de Açúcar, responsável pelas lojas.

Dependendo das características das lojas, os produtos podem ocupar uma gôndola inteira para itens de mercearia e espaços próprios em freezers para os refrigerados. Para isso, as lojas investem na comunicação visual no próprio ponto de venda. O que determina a disponibilidade de cada produto nas gôndolas promocionais é a oferta do item na loja e a data de validade estabelecida por cada fabricante. Em geral, produtos refrigerados – com prazo de validade mais curto – costumam ser ofertados em períodos mais próximos da data de vencimento que os itens de mercearia. O objetivo da companhia é reduzir o desperdício de alimentos, incentivando o consumo e a oferta consciente.

No Centro também tem!

No Centro de Campinas também há minimercados com produtos deste tipo e com o preço bastante atraente. Um deles é o Mercado Central que pertence a uma rede de minimercados. No Centro, são nove unidades. Uma delas fica na Avenida Francisco Glicério. Na frente da unidade já é possível ver as ofertas como 3 pacotes de pão de forma por R$ 10. Essa propaganda já atrai a clientela. O gerente da unidade Railander de Oliveira da Silva afirmou que o sucesso das lojas está nos preços mais baixos. “A grande quantidade de produtos ajuda no preço. Alguns produtos com preços mais em conta têm validade de 15 a 20 dias. O sucesso é que são produtos de consumo rápido, de venda por impulso”, explicou.

Mercados de bairro comprovam sucesso da modalidade

Está enganado quem pensa que a prática de vender produtos prestes a vencer é alternativa apenas das grandes redes. No Jardim Garcia, em Campinas, o supermercado Vitória Max é perito neste tipo de oferta. O gerente da unidade Rodrigo Félix explicou que gerenciar os produtos com validade próxima é um desafio. “Tem que saber quais ações tomar. Mas com a prática, dá muito certo, porque o cliente não fica apenas nesses produtos”, explicou. Um dos mecanismos trabalhado pela unidade é a publicação dessas ofertas na página do supermercado no Facebook. “Temos muitos seguidores e logo eles curtem e espalham. O retorno é enorme”. A página possui 12 mil curtidas.

O casal Fernanda e Eduardo Floriano são fãs da unidade e estão no local toda semana. “Sabendo gerenciar os produtos dá para levar bastante coisa. Onde consigo encontrar presunto parma por R$ 2,99!”, afirmou a mulher. O comerciante Clébio Sava também aprova. “Vale muito a pena. Os produtos têm prazo de 15 dias”, afirmou. A dona de casa Ivone Oliveira frequenta o supermercado quase todos os dias. “Sabendo o que comprar, a economia é bem grande. O requeijão que custa em média R$ 6 sai por R$ 2,99. Iogurte está saindo por menos de R$ 1 ”, concluiu.

Prática é legal

O Procon defende que a prática é legal. Porém, faz um alerta ao consumidor para que ele esteja atento e avalie se a quantidade comprada será consumida a tempo.

Se o cliente consumir o produto fora da data de validade, é ele quem assume os possíveis riscos à saúde. O órgão de defesa do consumidor orienta o varejista a informar o período de duração da oferta, bem como a quantidade de produtos disponibilizados para a promoção.

O Procon também lembra que o varejista deve estar atento ao prazo de validade dos produtos porque se um desses deles estiver vencido e exposto o estabelecimento está fora da lei. “Quando o varejista está com um produto vencido na gôndola, ele já está irregular. É uma infração sanitária e um crime contra o consumidor”, alertou o órgão que afirmou que essa ação já cabe multa.

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