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O Custo Campinas cabe no bolso de quem?

Presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito, comenta as consequências do aumento do IPTU em Campinas. Confira texto completo

Começamos 2019 cientes de que o carnê de IPTU (Imposto Predial e Territorial) virá mais caro. Afinal, a grande notícia que pegou a população de surpresa veio no ano passado com aumento de 30% naquele período e mais 10% neste ano e em 2020. No entanto, observar apenas o impacto que o reajuste causa no bolso das famílias que vivem em Campinas é pequeno diante de todas as consequências previsíveis.

Apesar do governo municipal argumentar que o reajuste ocorreu para que houvesse atualização do Mapa de Valores da cidade, o impacto negativo que essa medida causará nos cofres públicos tende a ser ainda maior. Como investir no município se o CUSTO CAMPINAS é um dos mais elevados da região?

Hoje a cidade é considerada Polo Tecnológico e referência em inovação, inclusive consolidando-se como um grande player neste ecossistema. No entanto, pergunto o que de fato tem sido feito para preservar a cidade assim? Até quando Campinas será atraente para empresas? Pelo que temos visto e conversado com as pessoas, o cenário não é nada positivo.

Ao participar de debates e reuniões a fim de dialogar sobre a medida adotada em 2018, observamos um movimento migratório de empresas e investimentos para cidades vizinhas, com o objetivo de reduzir os custos em locais mais vantajosos e que também são mais ágeis no processo de acolhimento desses novos empreendedores.

Como presidente do SindiVarejista, entidade que representa o comércio, sabemos da dificuldade de manter uma empresa com as portas abertas. Sem um olhar atento do governo para as reais necessidades da cidade fica cada vez mais difícil alcançar um desenvolvimento econômico satisfatório e que atenda a população dando mais oportunidade de trabalho e renda.

O aumento do IPTU parece algo pequeno, mas é apenas a ponta de um iceberg que impulsionará uma série de consequências desastrosas para a cidade: eliminação de empregos, queda da geração de renda e, um dos pontos ainda mais graves, que é a queda na arrecadação do município. O ISS (Imposto sobre Serviços) pago pelas empresas é um dos tributos mais importantes da cidade: em 2017, por exemplo, chegou a R$ 686 milhões. Qual o preço que vamos pagar por uma medida radical como a de 2018?

Há várias administrações, medidas completamente desfavoráveis e nada atrativas foram tomadas. Já vimos a cidade perder espaço como importante Polo de Cultura do Estado justamente por falta de visão e de gestão dos nossos governantes.

Queremos equilíbrio e sustentabilidade. Por isso, o movimento IPTU JUSTO, que já ocorre em algumas cidades e teve início neste ano em Campinas, faz tanto sentido no contexto atual. Afinal, é nosso dever contribuir com a cidade pagando em dia nossos impostos. Mas, é necessário fazer um alerta e observar que medidas equivocadas podem comprometer diversos setores que sustentam nossa economia e nossa comunidade. Queremos uma Campinas do passado, ou uma metrópole pujante?

Sanae Murayama Saito
-> presidente do SindiVarejista de Campinas e Região

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