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Após crescimento mais lento em 2013, varejistas projetam 2014 forte

Mesmo com o consumo desacelerado este ano, entidades entrevistas pelo DCI afirmam que o maior controle das finanças das classes D e E e alta do emprego no País podem render, de janeiro a junho, expansão de 3% a 4%

Após um ano conturbado em que o varejo nacional começou a sentir os efeitos da desaceleração do consumo, as perspectivas, em especial para o primeiro trimestre de 2014, são mais otimistas. Na opinião de analistas ouvidos pelo DCI, o menor endividamento das famílias brasileiras, a manutenção do emprego e a conscientização das classes C, D e E em relação às finanças pessoais, são os fatores que colaboram para o cenário menos nebuloso.

Na opinião do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, para os três primeiros meses do próximo ano a entidade estima momentos positivos, ainda mais se a conjuntura econômica ajudar. "Acreditamos em um primeiro trimestre positivo, pois não há perspectiva de inflação pressionando o preço dos alimentos", disse.

Pellizzaro Junior explicou que como são as classes C, D e E que têm movimentado a economia por meio do consumo, quando os preços dos alimentos aumentam, essa parcela da população sente seu poder de compra diminuir. "Quando eles percebem que sobrou dinheiro, eles revertem ao consumo, mas com o preço dos alimentos em alta, em 2013, por alguns período eles seguraram os gastos", explicou.

Outro ponto ressaltado pelo presidente da CNDL foi a efetividade da Copa do Mundo, que será realizada entre junho e julho de 2014. "Ainda não é possível prever o quanto a Copa trará de retorno, mas se a decisão do governo de transformar em feriado os dias em que a Seleção Brasileira jogar, isso trará prejuízos ao comércio", argumentou ele.

A projeção sobre o volume de vendas no varejo para 2014 ainda não foi fechado pela CNDL, mas Pellizzaro Junior, ao que tudo indica, acredita que teremos um patamar estável para 2014. "Eu acredito que o varejo passa agora por um momento de estabilidade que perdurará no próximo ano", conclui em entrevista ao DCI.

Para o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, no primeiro trimestre do ano deve ser levado em conta a sazonalidade, do período de férias, que acaba por reduzir as vendas. Passado esse período, o economista acredita que no primeiro semestre de 2014 o comércio tenha crescimento de 3% a 4%, índice menor do que em anos anteriores. "O comércio tem crescido acima do Produto Interno Bruto e isso já é motivo de comemoração", explicou.

Para Solimeo, nos próximos doze meses, ainda teremos um cenário positivo ao setor, mesmo com a desaceleração que o mesmo tem sofrido desde o ano passado. "Nunca paramos de crescer, temos crescido menos apenas". Questionado sobre a possibilidade da Copa do Mundo aumentar as vendas, o economista-chefe acredita que se ocorrer, será em cidades mais turísticas como o Rio de Janeiro. "Não acredito que São Paulo, com todo seu potencial econômico seja impactado com o evento".

Já as projeções da Go Associados são um pouco mais retraídas para o período. Os economistas da consultoria, afirmam em estudo divulgado pela consultoria que 2014, o volume de venda cresça 4%, índice um pouco menos que os 4,3% previstos para este ano. A Go Associados atribui o recuo ao aumento da taxa real de juros, o menor crescimento da massa real de rendimento e a evolução lenta do crédito ao consumidor.

Natal

Após muita indefinição sobre como seria o Natal 2013, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas em pesquisa encomendada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), identificou que o consumidor brasileiro pretende gastar 30% a mais este ano com presentes.

O motivo do otimismo foi a melhora da situação econômica tanto que 57% dos entrevistados afirmaram ter melhores condições financeiros do que em 2012. A razão mais citada para explicar o salto foi o aumento da renda tanto que, 50% disseram que vão comprar mais presentes do que compraram no ano passado.
O tíquete médio de compras também aumentou. Enquanto em 2012 o gasto médio com presentes era de R$ 86,59 em 2012, agora é de R$ 111,39 – aumento de 28,64%.

Mais uma vez as famílias pertencentes as classes C, D e E serão as responsáveis por esse aumento de consumo. Juntas eles pretendem comprar 4,41 presentes, frente aos 4,26 das classes A e B. Os shoppings centers brasileiros serão os locais mais procurados para as compras, com 44% de menção contra 26% das lojas de bairros; 11% das lojas de departamento e 9% em sites.

Fonte: DCI