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Ceia de Natal do brasileiro está mais cara, aponta FecomercioSP

Análise da Federação chama a atenção para a alta de 11,81% dos preços de alimentação do domicílio neste final de ano

Ceia fica mais cara este ano
Ceia fica mais cara este ano

Faltando pouco menos de 15 dias para o Natal, um levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir dos dados do IPCA sugere que as celebrações de fim de ano pesarão mais no bolso do brasileiro em 2015, já que muitos dos produtos mais consumidos nesta época do ano – como aves e peixes, por exemplo – estão bem mais caros do que no mesmo período de 2014.

Alguns produtos tradicionais da ceia de Natal, como peru, bacalhau, nozes e vinho não são acompanhados pelo IBGE, mas, dado que alguns deles são importados e sofrem, portanto, os efeitos da variação cambial, é provável que estejam mais caros do que no ano passado.

O preço do frango, por exemplo, principal ingrediente do salpicão, subiu 13,18% no período. A maçã, outro ingrediente da receita, subiu 19%. Outras frutas, como a uva, o morango e a manga também sofreram elevação nos preços – 11,47%, 18,68% e 21,4%, respectivamente.

Entre os 20 tipos de peixes pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram aumento de preço acima da inflação média, com destaque para a merluza, que registrou a maior alta nos últimos 12 meses, de 39,58%, seguido pela castanha (28,94%). Quem pensava em substituir o bacalhau pelo salmão, produto cada vez mais presente na mesa do brasileiro, irá se deparar com uma alta de 20,85% nos últimos 12 meses. Por outro lado, apresentaram menor elevação ou queda no período os preços do pintado (1,25%), do dourado (-0,21%) e da tilápia (-1,63%).

Os preços dos acompanhamentos ou temperos das receitas de Natal também apresentam alta de dois dígitos: cebola (48,01%); batata-inglesa (47,55%); alho (48,61%); azeite de oliva (20,34%); azeitona (12,74%); e pimentão (11,07%). Em relação às bebidas, refrigerantes e água mineral registram alta de 10,4%; cerveja, de 8,95%; e outras bebidas alcóolicas, de 11,62%. Estas, além de afetadas pela alta do dólar, devem ficar mais caras por causa do aumento do IPI sobre bebidas quentes, como vinhos e destilados.

Diante desse cenário, a carne de porco e a carne de carneiro aparecem como boas opções, já que apresentaram alta dos preços de apenas 2,37% e 5,04%, respectivamente.

Contudo, para quem quiser acompanhar a carne de porco com a tradicional combinação de arroz, tutu de feijão e couve vai pagar mais caro. O preço do feijão-carioca subiu 37,2%; o da couve, 11,1%; e o do arroz, 9,84%. Quem quiser gastar menos, pode trocar o feijão-carioca pelo feijão-preto, cujo preço subiu apenas 0,64% no período. A farinha de mandioca pode ser uma opção melhor do que a farinha de milho para o tutu, já que o preço dela subiu apenas 1,95%, ante a alta de 14,16% no caso da última.

Na sobremesa, quem optar pela tradicional rabanada também pagará mais caro, já que os preços do pão, do leite e dos ovos subiram 11,47%, 3,85% e 10,21%, respectivamente. O sorvete está 14,1% mais caro, enquanto o preço das frutas subiu 10,14%, em média.

Na análise da FecomercioSP, com a alta dos preços, o consumidor tende a substituir o que costumava comprar por itens mais acessíveis.

Presentes estão mais caros?

A inflação elevada, que atingiu 10,48% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, porém, não necessariamente significará presentes muito mais caros em relação a 2014. Isso porque, com a queda das vendas ao longo do ano e os estoques ainda elevados – segundo último dado divulgado pela FecomercioSP, 37,8% das empresas do varejo paulistano estavam com estoques acima do adequado em novembro -, o comércio varejista tem investido em promoções e liquidações para tentar atrair os clientes. Os preços dos aparelhos eletrônicos, por exemplo (afetados também pelo lançamento de novos produtos), subiram, em média, apenas 1,41%, mesmo com a alta do dólar. Os televisores tiveram alta de apenas 1,45%, e os microcomputadores, de somente 0,24%.

O preço das roupas, por sua vez, subiu em média 4,3%, bem menos do que a inflação, enquanto calçados e acessórios registraram alta de apenas 2,67%. O preço das bolsas subiu 3,16%; o das bijuterias, apenas 4,75%; e o dos tênis, 2,8%.

O preço dos perfumes subiu 6,39%, também menos do que a inflação do período. Assim como os brinquedos, que registraram alta de 8,94% dos preços (levando em consideração os dados de outubro, mês de aumento das vendas no setor). Já as bicicletas estão 10,41% mais caras do que no mesmo período do ano passado.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, nem mesmo as liquidações deverão ser suficientes para reverter o quadro negativo do varejo. Segundo projeções da Entidade, o faturamento real do comércio varejista no Estado de São Paulo deve registrar recuo de 7,2% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2014.

Fonte: FecomercioSP