Home  > Notícias do Varejo  > Consumidor corta despesas básicas para manter pequenos luxos, aponta pesquisa

Consumidor corta despesas básicas para manter pequenos luxos, aponta pesquisa

Assim como os europeus depois de 2008, os brasileiros estão exercendo o ‘new value’, uma nova equação de valor para decidir onde gastar ou poupar.

Em tempos de crise, o consumidor corta pequenos luxos para poder manter a compra de produtos básicos. Certo? Errado, de acordo com um estudo recente da Dunnhumby, empresa inglesa especializada em ciência do consumidor, que analisou hábitos de 22 milhões de consumidores por 3 meses.

Assim como os europeus depois de 2008, os brasileiros estão exercendo atualmente o que a empresa chama de "new value" – uma nova equação de valor para decidir onde gastar ou poupar.

“Trata-se de um novo consumidor, que não quer abrir mão de seus ganhos de padrão de vida, conquistados durante a última década e que, para isso, economiza em produtos mais básicos para manter os seus pequenos luxos e indulgências”, diz Adriano Araújo, diretor-geral da Dunnhumby no Brasil.

Isso significa que ele prefere escolher embalagens menores ou uma marca de menor preço e qualidade em alguns itens para não precisar abrir mão da compra de alguns supérfluos.

É o cliente "econômico extravagante", uma adaptação da expressão em inglês "save and splurge". O comportamento acontece em todas as classes sociais – ainda que em graus e com trocas diferentes.

Os consumidores das classes A e B cortam massas secas, laticínios e itens de mercearia em geral para continuarem adquirindo cereais saudáveis, doces, sobremesas e bebidas não alcoólicas.

Nas classes C e D, a economia em categorias como limpeza, higiene oral e farináceos é compensada na manutenção dos gastos em refrigerantes, frios e sobremesas.

Cenário

Um levantamento recente do app GuiaBolso mostrou que 48% dos brasileiros gastam mais do que recebem. A Serasa Experian divulgou hoje que a inadimplência subiu 16,4% no semestre e o indicador de confiança do consumidor atingiu em junho uma mínima recorde.

Com previsão de recessão de 1,7% e inflação de 9,15% este ano, a economia brasileira está experimentando queda forte dos salários e aumento do desemprego.

Um dos efeitos disso é a mudança de hábitos: os brasileiros se mostram mais conscientes na hora de consumir e 78% declaram pechinchar mais atualmente, um avanço significativo em relação a anos anteriores.

Fonte: Exame