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Trabalhadores com mais de 50 anos ocupam 6 em cada 10 novas vagas no varejo

Em quatro anos, número de profissionais 50+ no comércio varejista cresceu mais de 36%; supermercados lideram as contratações


O número de trabalhadores com 50 anos ou mais no varejo de Campinas cresceu 36,3% entre 2020 e 2024, de acordo com levantamento do Departamento de Análise Econômica do SindiVarejista de Campinas e Região, com base na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). No período, 2.589 novos postos de trabalho foram ocupados por pessoas nessa faixa etária, elevando o total de vínculos formais de 7.115 para 9.704.

O estudo, conduzido pelo economista do SindiVarejista, Jaime Vasconcelos, confirma uma tendência de valorização da mão de obra mais experiente no comércio. Segundo ele, esse movimento reflete tanto o envelhecimento da população economicamente ativa, quanto a demanda do setor por profissionais com maturidade, estabilidade emocional e excelência no atendimento ao cliente.

A presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito, ressalta que a experiência dos trabalhadores 50+ agrega valor ao dia a dia do varejo.

“É uma mudança estrutural que já vinha sendo percebida na rotina do comércio e que agora os dados confirmam. Os trabalhadores 50+ estão ganhando mais espaço, trazendo conhecimento, experiência e qualidade para o atendimento”, afirma Sanae.

Varejo de Campinas abre mais vagas para profissionais 50+

Entre 2020 e 2024, o saldo de empregos formais no varejo de Campinas foi de 4.135 novas vagas — e 62% delas (ou seja, seis a cada dez) foram preenchidas por trabalhadores com 50 anos ou mais. O crescimento foi puxado especialmente pela faixa entre 50 e 64 anos, que somou 2.280 vínculos adicionais, um aumento de 34,7%. Já os profissionais com 65 anos ou mais conquistaram 309 novas vagas, o que representa uma alta de 57,4%.

Em contrapartida, o número de jovens de 18 a 29 anos empregados no setor apresentou queda no mesmo período, enquanto a faixa de 30 a 39 anos cresceu apenas 1,9%. Já os trabalhadores de 40 a 49 anos tiveram um aumento de 16% nos vínculos.

Supermercados são os principais empregadores de trabalhadores 50+

O levantamento também revela os segmentos do varejo que mais empregam profissionais com mais de 50 anos. O destaque vai para o setor de supermercados, com 1.592 vínculos ativos com trabalhadores dessa faixa etária. Em seguida aparecem:

  • Hipermercados, minimercados e mercearias
  • Padarias e confeitarias
  • Comércio de vestuário e acessórios (632 empregados 50+)
  • Postos de combustíveis (529 vínculos formais)
  • Comércio de materiais de construção, com participação expressiva

Segundo Sanae Saito, esses números mostram que o setor varejista reconhece o valor da experiência. “Esses profissionais são valorizados especialmente em áreas que exigem interação direta com o cliente e conhecimento técnico. O mercado já percebeu que a maturidade contribui para um atendimento mais qualificado e confiável”, destaca a presidente do SindiVarejista.

Longevidade e adiamento da aposentadoria impulsionam tendência

O aumento da expectativa de vida do brasileiro e o adiamento da aposentadoria também estão diretamente relacionados ao crescimento da presença de trabalhadores mais velhos no varejo. A presidente do SindiVarejista explica que o cenário de retomada econômica após a pandemia contribuiu para abrir espaço para esse público.

“Os profissionais com mais idade vêm se consolidando como ativos valiosos para o varejo, por conta de sua maturidade, escolaridade e profissionalismo”, afirma Sanae.

Participação dos 50+ cresce de 12% para quase 17% no varejo de Campinas

Em 2020, os trabalhadores com 50 anos ou mais representavam cerca de 12% do total de vínculos formais no varejo campineiro. Em 2024, esse índice subiu para quase 17%, indicando uma transformação demográfica significativa no mercado de trabalho da região.

Para Sanae Murayama Saito, é essencial que as empresas acompanhem esse movimento. “Os dados mostram que a longevidade é uma força positiva para o comércio. É essencial que os empregadores revejam suas práticas e valorizem ainda mais a experiência, pois essa tendência veio para ficar e será ainda mais intensa nos próximos anos”, conclui.

 

 


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