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Estudo global apresentado na NFR aponta as tendências do varejo para 2015

Prazos de entrega mais curtos, moda cada vez mais rápida e, sim, a tecnologia digital se tornando ainda mais decisiva para clientes e empresas. É o que revela levantamento da consultoria Deloitte divulgado no 1º dia da NRF, maior evento mundial do varejo

Prazos de entrega mais curtos, moda cada vez mais rápida e, sim, a tecnologia digital se tornando ainda mais decisiva para clientes e empresas. É o que revela levantamento da consultoria Deloitte divulgado no primeiro dia da NRF, o maior evento mundial do varejo.

A consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, em conjunto com a STORES Media, apresentou na convenção promovida pela National Retail Federation (NRF), em Nova York, os resultados de sua 18ª pesquisa Global Powers of Retailing (potências globais do varejo). A edição deste ano tem como tema “abraçando a inovação” e aponta as tendências da indústria para o ano de 2015. Um dos números que mais chamam a atenção é a importância da tecnologia: metade das vendas globais do varejo – US$ 1,5 trilhão– é influenciada pela tecnologia digital.

A Deloitte identificou cinco tendências que vão moldar a indústria no ano que está começando. Elas podem não ser necessariamente novas, mas existe uma distinta disposição de consumidores e empresas de experimentar e adotar as inovações, especialmente no que diz respeito à tecnologia digital.

Estima-se que 65% da população mundial tenha um celular na mão em 2015, e 83% do uso da internet acontecerá por meio de dispositivos móveis. Nos próximos três anos, o varejo móvel (compras feitas por smartphones ou tablets) devem atingir US$ 638 bilhões, o tamanho do mercado global de e-commerce um ano atrás.

Além dos celulares, novas categorias de eletrônicos estão surgindo, e a que gera a maior expectativa são os relógios inteligentes, simbolizados pelo Apple Watch, que deve começar a ser vendido ainda no primeiro trimestre deste ano. “Os varejistas terão de responder oferecendo Wi-Fi grátis nas lojas e sites otimizados para diferentes tipos de aparelhos”, diz o estudo.

Os consumidores querem informações e ofertas relevantes e em tempo real – mas o outro lado da moeda é a segurança dos dados pessoais e a privacidade. “Confiança, transparência e proteção das informações será crítica para a manutenção da fidelidade em um mundo em que o varejo móvel será a norma”, afirma o relatório.

A Deloitte também aponta a agilidade como uma tendência cada vez mais importante. Isso inclui a fast fashion (moda rápida), com o encurtamento do tempo entre a passarela e as araras das lojas, lojas pop-up, para gerar burburinho entre os clientes, e também quiosques de autoatendimento e pagamento, para reduzir ou eliminar a espera.

Prazos de entrega cada vez mais curtos também crescem em importância. A Amazon entrega pedidos no mesmo dia em cidades dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Canadá – a Deloitte acredita que outras empresas seguirão esse caminho. A empresa já testou táxis como ve&iiacute;culos de entrega. “Atender a demanda por velocidade dos consumidores aumenta a importância de uma cadeia de suprimentos eficiente.”

Outro item destacado pela Deloitte é a inovação. O termo é propositalmente genérico: a empresa afirma que não existe fórmula única para o sucesso. O estudo aponta os laboratórios de inovação criados por empresas americanas como Nordstrom, Wal-Mart e Staples e menciona o exemplo de um robô multilíngue criado pela rede de materiais de construção Lowe’s: ele escaneia o produto ou peça levado pelo cliente e indica onde encontrá-lo na loja.

Finalmente, a consultoria aponta uma tendência que não tem a ver com tecnologia, mas sim com mobilidade. Mais de 1 bilhão de pessoas viaja todo os anos, cerca de 15% da população mundial, totalizando despesas de US$ 1 trilhão. A nova classe média de países emergentes como China e Índia representa um enorme potencial para o segmento do varejo, em especial o de luxo. Empresas como Pernod Ricard (bebidas) e L’Oréal (cosméticos) já se referem a esse varejo de viagens como o “sexto continente”.

RANKING

O levantamento também identifica as maiores empresas de varejo por regiões do mundo.

No ranking das 250 maiores empresas de varejo do mundo (compilado com informações referentes ao ano fiscal de 2013), o Wal-Mart segue na primeira posição, com folga. O clube de compras Costco passou o Carrefour e agora ocupa o segundo lugar, com os franceses caindo para a terceira posição. As duas empresas brasileiras que figuram da lista são as Lojas Americanas, na 150a posição, e o Magazine Luiza, na 247º. No ranking das 50 empresas que mais crescem, porém, o Magazine Luiza ocupa uma posição de destaque: 13º lugar. A varejista que mais cresceu no mundo em 2013 foi a chinesa JD.com.

O relatório aponta um cenário econômico global difícil, com a perspectiva de aumentos dos juros nos Estados Unidos, desaceleração da economia chinesa e estagnação na Europa. No que diz respeito ao Brasil, a perspectiva apresentada pela consultoria é igualmente sombria. “Existem dúvidas se o novo governo vai fazer as reformas para desonerar o setor privado. O custo de mão-de-obra é alto e a produtividade não cresce, o que diminui a competitividade do país”, disse Ira Kalish, economista-chefe da Deloitte Research, na apresentação dos resultados do estudo.

DIÁRIO DO COMÉRCIO